Álvaro Andrade
Enviado especial a Porto Xavier
O amanhecer deste domingo (29) ficará marcado de forma triste na história de Porto Xavier, no noroeste do Rio Grande do Sul. O nível do Rio Uruguai chegou a 17 metros e ultrapassou a marca de 1983, considerada a maior enchente no município.
O último balanço da Defesa Civil aponta que mais de 1,3 mil pessoas estão fora de casa em função da cheia na cidade, parte delas alojada em abrigos organizados pelo Exército e pela Defesa Civil.
"O nível estabilizou, está subindo muito devagar e daqui a pouco começará a baixar. Nossos esforços já estão voltados ao atendimento destas famílias quando retornarem pra casa durante a semana", declarou o prefeito de Porto Xavier, Paulo Sommer.
Nos próximos dias, será elaborado o levantamento de prejuízos sofridos pelo município. Diversas estradas do interior estão interrompidas e comunidades isoladas. Houve registro de pontes rompidas e casas levadas pela cheia, mas sem vítimas fatais. Além disso, o setor primário é afetado pela inundação de lavouras.
Caminhões com placas da Argentina e Paraguai acumulam-se em postos de combustível de Porto Xavier, já que a travessia de balsa na fronteira está suspensa; a aduana, assim como em Porto Mauá, está inundada.
Enquanto o nível do Rio Uruguai estabiliza na região noroeste, começa a subir na fronteira oeste. Em Itaqui, cresce cerca de 10 centímetros por hora, e a Defesa Civil já iniciou a retirada de famílias prevendo a expansão das inundações. Já há áreas alagadas em São Borja, onde 60 pessoas saíram de casa. Mas o número deverá aumentar nos próximos dias com o deslocamento da enchente para áreas mais baixas da fronteira.
