Não há previsão de acordo entre os eletricitários em greve e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) após 24 dias de paralisação parcial nos serviços. A greve começou no início de abril e desde que foi ajuízado o dissídio coletivo pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), as negociações não avançaram.
Agora as partes estão levantando suas condições e com base no que for apresentando, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) fará o julgamento, porém sem data. O caso é acompanhando pela vice presidente do TRT, desembargadora Ana Luiza Kruse.
Em reunião de mediação no TRT, ficou definido que 60% do efetivo dos funcionários deve ser garantido em setores operacionais e call center, além de 70% em setores emergenciais e 30% no restante. A última audiência entre as partes aconteceu no tribunal e foi mediada no dia 9 de abril. Depois de constatar o impasse, após as audiências de mediação que foram efetuadas, o MPT ajuízou o dissídio coletivo da categoria. Entretanto nada impede que as partes façam um acordo.
Danilo Garcia, presidente do sindicato dos eletricitários, afirmou que desde a última audiência, não houve mais novas propostas por parte da empresa. Ele afirmou que o sindicato já apresentou a pauta de reivindicações para o MPT e aguardam data do julgamento.
"A categoria não vislumbra acordo antes do julgamento do dissídio. (...) Nós mantemos em atividade 60% dos trabalhadores nas áreas administrativas e 70% no operacional da CEEE, obedecendo o que havia sido previsto pela justiça, fazendo um revezamento para que todos possam participar da mobilização", disse Danilo.
Os grevistas pedem aumento salarial de 12%, bônus alimentação de R$ 1,2 mil e que o reembolso do plano de saúde, que hoje é de R$ 275, passe para R$ 600. Já a CEEE, após cinco propostas, oferece aumento de 5,38% pagos em uma parcela, bônus alimentação de R$ 850 e reembolso do plano de saúde de R$ 300.
Outra greve
Nesta terça-feira (22), foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região uma mediação entre o Grupo CEEE e o Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Rio Grande do Sul (Sintec). Os trabalhadores deste patamar representam 16% do do quadro funcional e estão em greve desde 8 de abril.A proposta alinhavada na reunião será apreciada em assembleia da categoria, nesta quarta-feira.
A CEEE ofereceu reajuste, por aplicação do INPC (5,38%), à matriz salarial na data-base (1º de março); incidência do INPC para reajuste das demais cláusulas econômicas; reajuste do bônus-alimentação para o valor de R$ 850,00 mensais; reajuste da participação no custeio dos planos de saúde para R$ 320,00 mensais; compromisso de não haver nenhuma punição ou desconto relativos aos dias parados, que deverão ser objeto de compensação, conforme for ajustado entre o sindicato e a empresa.