O levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (ContrafCUT) contabilizou 196 ataques a bancos em 2013 no Rio Grande do Sul. O número é 18,4% superior ao registrado no ano de 2012, quando foram contabilizadas 160 ações criminosas no Estado. Para realizar o estudo, a ContrafCUT considerou os assaltos, consumados ou não, e os arrombamentos, incluindo as explosões a caixas eletrônicos. Os dados foram obtidos por meio das secretarias estaduais da Segurança Pública, notícias veiculadas na imprensa e com auxílio de sindicatos e federações de bancários, além do apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
No cenário nacional, o Rio Grande do Sul aparece em 5º lugar no ranking dos ataques às agências bancárias durante o ano passado, subindo uma posição em relação a 2012, quando ocupava a 6ª colocação. O coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da ContrafCUT, Ademir Wiederkehr, diz que a segurança do sistema bancário é frágil:
"A Lei que trata da segurança dos bancos está defasada, é de 83. E os bancos, muitos deles, não cumprem nem mesmo esta Lei, que prevê apenas a colocação de vigilantes, alarmes e equipamentos opcionais. Então é muito pouco diante da violência dos últimos anos", defende.
Na 6ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, o Estado de São Paulo lidera o número de ataques a bancos em 2013 no país, com 768 ocorrências. O Amapá rigistrou apenas um ataque durante todo o ano passado.
Por meio de nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) defende que a segurança das agências bancárias têm sido tratada como prioridade:
"Em 2003, os bancos investiam anualmente R$ 3 bilhões de seus recursos nesta área, mas este valor foi triplicado para R$ 9 bilhões em 2013, fazendo com que, ao longo de dez anos, o investimento em segurança crescesse 200%. (...) Estes dados mostram que o setor bancário se consolida como um dos setores que mais investe em segurança no Brasil.
Esses investimentos crescentes, aliados a uma série de medidas preventivas tais como: cofre com dispositivo de tempo, redução do numerário nas agências, circuitos fechados de televisão, sistemas de detecção e de monitoramento, alarme, transporte interno de valores, ações de órgão policiais e também o estímulo às transações eletrônicas levaram o número de assaltos a banco, em todo o País, a cair ao longo dos anos. De acordo com dados de 17 instituições financeiras, que incluem os principais bancos de varejo, em 2012 foram registrados 440 assaltos, incluindo as tentativas, o que corresponde a uma queda de 56% em relação ao total de 1.009 assaltos e tentativas de assaltos verificados em 2002."