Após acompanhar vários protestos que começaram em Porto Alegre e depois se alastraram pelo País, também tive a oportunidade de cobrir a reposta do poder público às reivindicações populares. O estopim das manifestações foi o aumento da passagem de ônibus na Capital para R$ 3,05.
Na tarde de 4 de abril acompanhei, no Foro Central, a decisão da Justiça que derrubou o aumento concedido pela prefeitura, após ação movida pela bancada do Psol na Câmara de Vereadores. Horas depois, sob intensa chuva, milhares participaram de protesto nas ruas de Porto Alegre, que logo se transformou em comemoração pela vitória judicial.
“ Pressionado pela revolta popular, o prefeito José Fortunati não moveu recurso sobre a decisão e o preço da passagem se manteve ”
Pressionado pela revolta popular, o prefeito José Fortunati não moveu recurso sobre a decisão e o preço da passagem se manteve no patamar de R$ 2,85. A postura desagradou as empresas de ônibus, que alegam prejuízos milionários pela suspensão do reajuste. Meses depois, a prefeitura remeteu à Câmara de Porto Alegre projeto para isenção de impostos municipais sobre as empresas de transporte coletivo, reduzindo o preço da passagem em mais R$ 0,05.
A sessão do dia 1º de julho estendeu-se por quase 10 horas e acabou com a aprovação do projeto já durante a madrugada. A rejeição de emendas apresentadas pela oposição neste projeto, levou, semanas depois, à invasão do prédio do Legislativo de Porto Alegre, que ficou ocupado por centenas de manifestantes por mais de uma semana.
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