O prefeito de Triunfo, Mauro Poeta (PMDB), negou, na tarde desta quarta-feira (11) que tivesse conhecimento sobre qualquer ato ilegal dos dois secretários do governo dele, presos nesta manhã, em operação da Polícia Federal. Segundo ele, o secretário de Mobilidade Urbana, José Meireles de Souza, e a esposa do ex-prefeito e secretária de Meio Ambiente, Simone Bombassaro, tomaram posse em maio, junto com a nova administração, depois da eleição suplementar após a cassação do prefeito eleito em outubro passado. "Fomos surpreendidos, mas a Polícia Federal tem todo direito de fazer as investigações em nosso município. Nunca tive conhecimento sobre nenhum ato irregular dos secretários", garantiu.
Ainda de acordo com o prefeito, os crimes foram cometidos por administrações anteriores, comandadas pelos seus adversários políticos. Poeta garante que rescindiu o contrato com a empresa que prestava serviços de recolhimento de lixo e vigilância, contratada pelo prefeito anterior sem licitação e que participava do esquema. A empresa oferecia cotas de emprego para livre nomeação pelos agentes públicos, que indicavam pessoas em troca de votos na eleição. Segundo Poeta, eram gastos R$ 400 mil por mês, e cerca de 240 pessoas eram empregadas pela prestadora de serviço.
O prefeito, que não é investigado pela Polícia Federal, afirmou que vai aguardar os desdobramentos da investigação pra avaliar se instalará uma sindicância interna para aprofundar eventuais desvios e irregularidades no Executivo. "O foco principal era na Câmara. Vamos esperar para avaliar", afirmou.
A operação, deflagrada hoje (11), prendeu sete pessoas. Segundo a Polícia Federal, eles fazem parte de um grupo criminoso que aparelhou a prefeitura e Câmara de Vereadores, e se revezou no poder nos últimos 20 anos para comprar votos e obter vantagens pessoais a partir de contratos sem licitação, pagamentos indevidos de diárias e horas-extras, além da cobrança de percentuais sobre os salários de cargos de confiança nomeados pelos políticos. Alguns CC's entregavam até 80% do salário ao fim do mês. Mesmo com a cassação de dois prefeitos e vereadores nos últimos anos, a fraude se perpetuou a partir da entrada de novos agentes públicos que davam continuidade ao esquema.