Depois de cinco dias de ocupação da reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), estudantes se comprometem a deixar a sala ainda nesta manhã. A promessa só será cumprida quando o reitor Mauro Del Pino mostrar documentos de encaminhamento de duas reivindicações: a diminuição do preço da comida no restaurante universitário, de R$ 7 o quilo para R$ 2 a refeição, a partir de segunda-feira, e o aumento do auxílio moradia de R$ 300 para R$ 380.
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As conquistas vieram depois da entrega de pauta dos estudantes. Mesmo assim, os manifestantes não saem completamente satisfeitos. Isso porque quatro pró-reitores, que eram cotados pelo grupo como essenciais porta-vozes estudantis, foram exonerados. No lugar deles, quatro pessoas que já faziam parte da gestão irão acumular cargos. Entre as pessoas renomeadas, está o então assessor Alvaro Luiz Moreira Hypolito que agora também é pró-reitor de graduação. O nome dele ficou marcado durante a ocupação porque foi determinado pelo reitor que não se envolvesse em conversações com os estudantes acampados por suposto desrespeito.
Também foi trocado o vice-reitor. O antigo, Carlos Rogério Mauch, não foi exonerado, mas pediu para sair:
- Ele estava mal psicologicamente com toda essa reviravolta. Não aguentou - disse uma fonte ligada a ele.
O efeito da saída deve ser de dominó, pelo menos outros 10 cargos comissionados também devem deixar as vagas. Durante coletiva de imprensa, o reitor tentou deixar claro que a saída dos integrantes estava encaminhada desde antes da ocupação.
- Era uma reestruturação que estava a caminho porque havia um desalinhamento com o nosso pensamento, da nossa administração - alegou Del Pino.
Os exonerados, assim como os estudantes manifestantes, eram parte da base eleitoral de Del Pino durante a campanha. Juntos, todos montaram o programa de gestão. Por isso, quando na coletiva Del Pino disse que "o principal fiador do movimento é o reitor", os alunos retrucaram embalando um grito: "Hey, Mauro, baita traidor, sem os estudantes tu não seria reitor".
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