O superintendente regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul (SRTE-RS), Heron Oliveira, negou participação no esquema investigado pela Polícia Federal que facilitaria o fim de embargos a obras no Estado. Em troca da liberação de construções, empresários pagariam propina para agentes públicos. O superintendente foi indiciado por corrupção passiva e formação de quadrilha.
Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, Heron admitiu que viajava com um dos empresários investigados no caso, mas alegou que desconhecia o suposto esquema: "Eu gosto de viajar e, de fato, viajei com ele. De fato, viajei com inúmeras pessoas amigas. Empresários e não empresários. Mas, toda vez que viajo, eu pago as minhas despesas. Isso, provavelmente, seja uma das razões pelas quais o delegado esteja vinculando a minha participação em todo esse esquema, do qual eu quero dizer: em momento algum, se eu soubesse, teria eu próprio aberto me antecipado e aberto o procedimento administrativo."
A Polícia Federal chegou a pedir a prisão preventiva do superintendente, na semana passada, mas teve a solicitação negada pela Justiça. Dos três detidos na semana passada, sendo um auditor-fiscal e um servidor administrativo da SRTE-RS, apenas o empresário segue detido. Após acerto com a direção do PDT, o superintendente Heron Oliveira pediu ao Ministério do Trabalho o afastamento do cargo e a decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira. Um nome interino também deve ser anunciado pelo partido.
Ouça a entrevista com o superintendente regional do trabalho