Por iniciativa do coletivo Defesa Pública da Alegria, os nomes de algumas ruas do Centro Histórico de Porto Alegre estão alterados. Desde quarta-feira, endereços que trazem os títulos de militares, como generais, marechais e coronéis, foram substituídos por pessoas desaparecidas, mortas em confrontos com a polícia ou assassinadas durante a ditadura.
Na Rua Duque de Caxias, um adesivo com o nome do jornalista austríaco Vladimir Herzog, torturado e morto no período ditatorial, foi sobreposto ao do nobre. Na Marechal Floriano Peixoto está o comunista Carlos Marighella, que participou da luta armada contra o governo de Getúlio Vargas e o golpe de 1964.
Entre outros nomes, também consta o trabalhador rural Elton Brum, morto em confronto com policiais militares na desocupação da Fazenda Southall, em São Gabriel, em 2009. Além dele, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu após ser levado à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de uma favela do Rio de Janeiro, em julho de 2013.
A manifestação tem como objetivo pedir o fim das polícias militares no país. Em sua página no Facebook, o grupo esclarece: "Desmilitarizando ruas, abrindo caminhos".
A iniciativa, no entanto, não deve permanecer nas placas com o indicativo das ruas. Conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), os adesivos prejudicam a localização dos endereços e podem confundir pessoas que não conhecem a região. Uma equipe do órgão deverá fazer a retirada dos adesivos.