O prefeito de Porto Alegre rebateu hoje a crítica da Associação dos Transportadores de Passageiros, de que o município deveria ter recorrido da decisão que baixou o preço da passagem de ônibus de R$ 3,05 para R$ 2,85. A ATP pretende ingressar na justiça e alega prejuízo acumulado de R$ 26 milhões. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, José Fortunati afirmou que tem o dever de cumprir decisões judiciais. Para o prefeito, com as desonerações de impostos, a tarifa chegou a um preço justo.
"R$ 2,80 pra nós, da prefeitura, é o preço adequado e o preço justo para que o sistema continue operando com tranquilidade, renovando a frota, garantindo a qualidade necessária para o usuário, sem que isso traga qualquer contratempo maior ao bolso dos empresários", afirmou o prefeito.
De acordo com Fortunati, a prefeitura não tem a intenção de aumentar o volume de isenções das passagens em Porto Alegre no lançamento da licitação das linhas de ônibus. O prefeito disse, no entanto, que vai tentar reduzir ainda mais a tarifa, pois acredita que há margem para diminuir o preço.

Impasse PISA
O prefeito também falou sobre o impasse envolvendo o Programa Integrado Socioambiental (PISA). A conclusão do projeto, que vai ampliar a capacidade de tratamento de esgotos de Porto Alegre e despoluir o Guaíba, depende da liberação da Fepam. O órgão estadual alega que o Departamento Municipal de Águas e Esgoto (Dmae) alterou as condições do projeto licenciado sem aprovação do Estado. Em vez de lançar o esgoto tratado próximo ao canal de navegação, o Dmae quer despejar o material na Enseada da Ponta Grossa, que seria um local com baixa profundidade e baixa vazão.
De acordo com Fortunati, a mudança no projeto foi encaminhada para avaliação da Fepam, mas como isso nunca ocorreu, a obra teve seguimento. O prefeito garante que o programa vai devolver ao Guaíba água de uma qualidade muito melhor do que a encontrada hoje no manancial.
"A Fepam não está compreendendo que o sistema que estamos adotando é moderno e inovador, continua com o mesmo olhar que tinha sobre obras da década de 70. Para mudar a cartilha de algumas instituições, que se guiam de forma restrita, limitada, é difícil. O PISA, que deveria estar pronto, funcionando, não consegue ser viabilizado", disse Fortunati.
Mercado Público
O prefeito Fortunati garantiu que os equipamentos de prevenção a incêndio do Mercado Público estavam em pleno funcionamento. A prefeitura teria contratado uma empresa no início do ano para providenciar o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e que ¿só não havia o papel¿.
"Em momento algum fiz qualquer marola em relação ao incêndio, eu estava lá. No dia posterior, às nove da manhã, eu estava reunido com os permissionários. Depois estive com a presidente, com a ministra Miriam Belchior (do Planejamento), com o ministro Manoel Dias (do Trabalho). Tomamos todas as providências, com agilidade".