Porto Alegre possui 182 equipes de Estratégia de Saúde da Família, mas 46 delas estão sem médico. Segundo a Prefeitura da capital, há problemas no preenchimento de vagas, já que o salário oferecido é menor do que o profissional receberia na iniciativa privada. O secretário municipal da Saúde, Carlos Henrique Casartelli, diz que há um plano emergencial para reverter a situação.
- Temos algumas propostas para ampliar os salários dos profissionais do Imesf (Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família). Um plano de carreira que fosse implantado de forma gradativa, conforme as condições do município, pagando, inclusive, adicional por distância em relação ao centro de Porto Alegre - afirma.
Uma proposta será apresentada para o prefeito José Fortunati, que contém, entre outras definições, a possibilidade de elevar os salários dos servidores. Atualmente, um médico que integra uma equipe de saúde da família ganha cerca de R$ 9,6 mil por 40 horas semanais. A expectativa é que, com benefícios, a remuneração alcance até R$ 16 mil.
Condição de trabalho
O investimento pode atenuar o problema, mas não traz toda a solução, segundo o Sindicato Médico do RS (Simers). Segundo o presidente da entidade, Paulo de Argollo Mendes, é preciso otimizar os serviços oferecidos à população.
- Não pode colocar um médico onde são necessários três. Isso revolta a população que acaba aguardando muitas horas por um atendimento. É preciso oferecer condições mínimas de trabalho. Muitas vezes, o médico pede exames e o paciente não consegue realizar - reclama. - É muito frustrante trabalhar para a Prefeitura, por que não há resolutividade dos problemas - completa.
Novas equipes
Os problemas no setor acabam impactando na expansão do serviço à população. Havia a expectativa de aumento no número de equipes, das atuais 182 para 260 até o final do ano. As deficiências no preenchimento do quadro vão levar a Prefeitura a adiar a ação.
Concurso
Um concurso para a contratação de 60 médicos tem lançamento previsto para esse mês e pode trazer modificações na forma dos contratos, com salários mais altos, por exemplo. Outros 15 profissionais estão em processo de admissão no Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família.
