A nutricionista gaúcha de 26 anos presa na Espanha está com o julgamento marcado. De acordo com o Itamaraty, autoridades espanholas informaram que a audiência de Bruna deve ocorrer nos dias 9, 12 e 13 de setembro. A prisão de Bruna e outros casos semelhantes envolvendo direitos humanos em navios de cruzeiros serão discutidos na Assembleia Legislativa, nesta manhã, em Porto Alegre.
O pai da jovem ficou feliz com a notícia, mas nem por isto aliviado.
- Reconheço o esforço do governo brasileiro em agilizar o processo, mas ela ainda vai ter de esperar mais três meses na prisão - desabafou o homem de 50 anos, que pediu para ter o nome preservado por zelo à família.
Bruna foi para a Grécia para trabalhar em um navio de cruzeiro em setembro de 2011. Depois de seis meses, foi presa com outros tripulantes ao desembarcar na Espanha por suspeita de tráfico de drogas. O pai, que mora em Novo Hamburgo, afirma que a filha é inocente e conta que um colega dela já confessou à justiça espanhola que foi ele quem colocou o entorpecente na mochila sem que ela soubesse.
Os últimos dados do Itamaraty dão conta de que além de Bruna outros 362 brasileiros estavam em cadeias da Espanha em 2012_ o país com o maior número da Europa. Ao todo, eram 3.078 detentos brasileiros espalhados pelo mundo em 2012.
Familiares de tripulante morta em cruzeiro
também participarão de audiência pública
A reunião na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de hoje terá como tema A violação de Direitos Humanos em Cruzeiros Nacionais e Internacionais. Também participarão do debate, os familiares de Camilla Peixoto Bandeira, que aos 28 anos foi encontrada morta dentro de um cruzeiro que aportou em Santos em janeiro de 2010. O inquérito feito pela Polícia Federal de Santos indiciou o namorado de Camilla, que, assim como ela, também era tripulante. O homem está solto.
A mãe Rosângela Bandeira de Oliveira, 60 anos, e o filho, José Godolphin Bandeira Netto, 36 anos, criaram a Organização das Vítimas de Cruzeiros (OVC) e denunciam irregularidades que ocorrem nestas embarcações.
- Prometi para a minha filha, no sepultamento dela, que ia lutar, que ia tentar impedir que novas famílias fossem destruídas. A minha filha não vai ser número de uma estatística de homicídio - ressaltou Rosângela.
Além de vir à Capital para debater o tema, Rosângela e José, que moram no Rio de Janeiro, querem dar visibilidade a um projeto de lei que pretende tornar o trabalho de tripulante legalizado com todos os direitos de segurança para que não haja crime à bordo.
- A minha vinda para cá é a esperança. Sabe quando uma vela está com a chama fraquinha e se torna mais forte? Dentro de tudo o que eu cresci ouvindo a respeito de como são os gaúchos, do respeito ao seu próximo, em virtude desta crença é que eu estou aqui - afirmou a mãe.
Mais informações sobre o caso podem ser acessadas nos blogs: camillapeixotobandeira.blogspot.com.br e liberdadeprabruna.blogspot.com.br.