Considerada uma das obras mais importantes para o desenvolvimento do Estado, a conclusão da duplicação da rodovia Tabaí-Estrela (BR-386) vai atrasar. Iniciada em novembro de 2010 com previsão inicial de conclusão para o fim desse ano, a obra ainda não começou em cinco dos 33,8 quilômetros previstos no projeto.
No trecho, entre Estrela e Bom Retiro do Sul, no Vale do Taquari, há uma aldeia indígena e, enquanto as 29 famílias que vivem ali não forem realocadas, a duplicação não avança. Atualmente 60% concluída, a obra deve estar pronta somente em maio de 2014.
De acordo com o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) responsável pela obra, Hiratan Pinheiro da Silva, o projeto para construir uma nova aldeia está pronto há mais de oito meses e o terreno de um terreno de 6,7 hectares atrás da atual aldeia já foi adquirido.
Em novembro do ano passado, a projeção é que a obra nesse trecho pudesse iniciar no mês de março. No entanto, além da negociação inicial com os indígenas, que agora, em princípio, está resolvida, o que estaria atrasando o início da construção das novas casas, da escola e do posto de artesanato, exigidos pelos caingangues, seriam os processos burocráticos.
- A transferência da aldeia está atrasando a obra. Os índios serão realocados ao lado de onde eles moram atualmente, mas esse processo demora - se limita a dizer Silva.
A expectativa é que o edital da licitação que escolherá a empresa que vai construir a nova aldeia seja publicado ainda esse mês. Por enquanto, a proposta aguarda liberação do setor jurídico do Dnit em Brasília.
Os detalhes da obra, como tempo de execução e orçamento, não foram revelados pelo departamento. No entanto, o valor final da obra de duplicação da BR-386 aumentou. A expectativa inicial, indicava que a obra custaria R$ 172 milhões. Atualmente, o Dnit ampliou o orçamento para R$ 180 milhões.
Atualmente, a aldeia caingangue ocupa um trecho de cerca de 500 metros às margens da rodovia. Após o início da construção das novas casas indígenas, a liberação para duplicar os últimos cinco quilômetros da BR-386 vai depender de um acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Cerca de 15 mil veículos passam diariamente pelo trecho. Além disso, os municípios da região afirmam que 30% da safra de grãos do Estado são escoados pela via, que hoje tem pista simples. Qualquer demora na entrega da obra é vista como prejuízo pelos usuários da rodovia.
Os primeiros 15 quilômetros da duplicação da BR-386, entre Tabaí e Estrela, podem ser entregues já na metade desse ano. O trecho está localizado entre o pedágio de Fazenda Vila Nova e o município de Tabaí. A última capa de asfalto já está sendo aplicada e os últimos retornos também estão sendo concluídos. Esses foram os primeiros quilômetros a serem executados, a partir de novembro de 2010, quando a obra começou.
Saiba mais sobre a obra
- O que é: duplicação do trecho Estrela-Tabaí da BR-386 é uma obra é reivindicada por moradores do Vale do Taquari há mais de uma década. O projeto começou a ser executado em novembro de 2010.
- Situação: 60% da obra estão concluídos. Em cinco quilômetros dos 33,8 quilômetros da obra, os trabalhos ainda não começaram. O principal entrave é a demora na desapropriação de terras e na remoção de uma aldeia indígena em Bom Retiro do Sul. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) trabalha na licitação da construção de uma nova aldeia, atrás da atual, para que a Funai libere o último trecho.
- Previsão: a entrega está prevista para o primeiro trimestre de 2014.
- Investimento: a obra total está prevista em R$ 180 milhões, sendo que mais da metade já foi investido.
Projetos para o RS
Término da duplicação da BR-386, no trecho Tabaí-Estrela, deve ficar para 2014
Transferência de uma aldeia indígena atrasa início das obras no último trecho ainda pendente
Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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