Escrevi aqui que o gaiteiro do conjunto que atuava na boate em Santa Maria onde ocorreu a tragédia conseguiu escapar da fumaça e das chamas mas esqueceu sua gaita lá dentro do inferno. E que, retornando para recuperar seu instrumento, encontrou a morte.
O gaiteiro mais famoso e conhecido do Rio Grande, Renato Borghetti, mandou-me a seguinte mensagem a esse respeito: "Só hoje li tua coluna sobre o gaiteiro e sua gaita. Emocionante, parabéns".
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Jornalista não tem folga, é que nem policial: está sempre em serviço.
Agora mesmo, na tragédia de Santa Maria, inúmeros jornalistas correram para as redações de seus jornais, rádios e televisões e foram trabalhar nas informações para seus leitores, ouvintes e telespectadores. Alguns ainda se encontram trabalhando.
É o caso, por exemplo, da diretora de Redação de Zero Hora, Marta Gleich, que estava de férias em Santa Catarina quando eclodiu a tragédia e se mandou de lá para cá para reassumir suas funções.
Dois ou três dias depois, voltou a Santa Catarina para buscar seus filhos, que assim viram interrompido o veraneio. E está trabalhando até agora, férias só no ano que vem.
Só cito o exemplo da Marta porque é o mais próximo de nós. Mas tantos outros jornalistas interromperam suas férias e folgas para cobrir o infausto acontecimento.
Jornalista está sempre em serviço, até nas férias.
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Ponham-se no meu lugar. Eu estava na Arena, e ia ser chutado um pênalti decisivo contra o Grêmio.
Sabia eu quanto era importante, financeira e institucionalmente, para o Grêmio classificar-se para a etapa de grupos da Libertadores. E tudo podia se decidir naquele pênalti.
Portanto, é inequívoco que eu torcia para que o jogador da LDU chutasse o pênalti nas nuvens ou nas traves ou, então, que o Marcelo Grohe, vejam bem a ironia do destino, defendesse o pênalti. Era tudo o que eu queria. Se o Grêmio perdesse nos pênaltis, eu voltaria da Arena arrasado.
Acabou o Marcelo Grohe defendendo e eu realizando o meu sonho gremista.
Eu e toda a torcida que estava na Arena torcendo nervosamente por nosso clube.
O ano do Grêmio foi salvo pelo gol de Elano e por aquela bola chutada que foi de encontro à perna de Marcelo Grohe, tanto que já foi anunciado pela diretoria gremista que jogaremos com nossos reservas o Gre-Nal do próximo domingo. E o Inter jogará com seus titulares.
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No entanto, não foi nada boa ou satisfatória a atuação gremista contra a LDU. Disfarçada pelo impacto da decisão em nosso favor, restou-nos a impressão de uma pálida atuação do Grêmio.
Para irmos adiante nesta Libertadores, teremos de esperar por dois fatores: que o time melhore daqui para a frente e que a direção providencie reforços para aparelhar nosso grande treinador, Luxemburgo.
Mas pelo menos garantimos seis jogos na próxima fase. Embora sonhemos que nosso time dispute os 14 jogos que levam ao título.
Opinião
Paulo Sant'Ana: "Férias dos jornalistas"
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