Em meio a lágrimas no Cemitério Ecumênico da Paz Eterna, a pergunta que ninguém consegue responder é como aconteceu a morte da adolescente Ana Paula Sulzbacher, 15 anos. Na manhã desta terça-feira, dezenas de pessoas se despediram da menina cujo corpo foi encontrado na tarde de segunda-feira, no Parque da Cruz, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo.
O velório foi marcado pela emoção de familiares, amigos da escola e colegas de trabalho dos pais, que não acreditavam no ocorrido.
- Era uma menina meiga, estudiosa e que se relacionava bem com todo mundo. Não tenho nada para falar, ela não deve ter provocado isso - desabafa a professora da 8ª série da Escola Nossa Senhora de Fátima, Neiva Hansen, que lecionou para a estudante em 2011.
Uma das últimas pessoas a ver Ana Paula foi a ex-colega Natália Stertz Hentschae, 15 anos. Natália estava no carro com a família quando passou pela menina, por volta das 22h30min de sexta-feira. Segundo relato, a vítima estaria em uma rua próxima à casa onde mora, rumo ao centro, portanto na direção contrária ao Parque da Cruz, e mexendo no celular.
Carolaine Kipper do Nascimento, também de 15 anos, melhor amiga de Ana Paula, está abalada. A menina trocou mensagens com a vítima até cerca de 21h de sexta-feira. Ambas estariam combinando de se encontrar. Ana Paula disse para a amiga que estava indo para o Monumento do Imigrante, no Centro, ponto de encontro de jovens na cidade.
- Ela estava muito feliz e contente, porque tinha acabado de ver o menino que ela gosta. Não sei o que aconteceu depois disso - relata Carolaine.
A amiga disse ainda que adolescente era caseira, que nunca saía de casa sozinha e que não tinha inimizades.
- Ninguém sabe o que aconteceu, não tinha nada que pudesse levar isso. Mas queremos justiça com a pessoa monstruosa que fez isso - desabafa Nicole Weber de França, 24 anos, amiga da família.
Colegas de Ana Paula estão organizando um protesto por mais segurança e justiça para a tarde desta terça-feira. A caminhada ocorre às 15h30min, com saída da Praça Getúlio Vargas e segue até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
