O medo de ter que abandonar as propriedades fez cerca de 400 produtores rurais de 20 municípios do norte do Estado participar de uma audiência pública em Passo Fundo, na manhã desta sexta-feira, contra demarcação das terras indígenas. Discussão iniciou por volta das 9h, no Sindicato Rural do município. Antes, produtores realizaram um protesto em frente ao local.
Audiência foi organizada pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, que investiga o processo de demarcação de terras indígenas, para ouvir as reivindicações de produtores. Eles questionam a transparência dos laudos apresentados pela a Fundação Nacional do Índio (Funai).
- Queremos deixar claro que não somos contra os índios, somos contra os laudos apresentados para demarcação das áreas - comenta o presidente do Sindicado Rural de Getúlio Vargas Leandro Granela.
Somente na região de Mato Preto, que compreende os municípios de Getúlio Vargas, Erebango e Erechim, mais de 350 propriedades rurais são atingidas pela demarcação da Funai. Na área, de 4,2 mil hectares, residem aproximadamente 1,2 mil agricultores.
- Há famílias com escrituras das terras de mais de cem anos. Se tivermos que sair de nossas casas, perderemos o investimento de gerações - afirma o representante dos produtores atingidos, Roberto Rotta.
Agricultor comenta que a média por propriedade na área é de 11 hectares. Procurado por Zero Hora, coordenador da Funai em Passo Fundo não foi localizado. O órgão reivindica 60 mil hectares no Estado para área indígena, a maior parte no Norte.
Disputa no Norte
Agricultores realizam protesto e audiência pública contra demarcações de terras indígenas em Passo Fundo
Grupo denuncia falta de transparência nos laudos da Fundação Nacional do Índio (Funai)
Fernanda da Costa
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