
Motivado pelo assassinato de André Alves de Azevedo, 22 anos, um protesto contra a homofobia reuniu centenas de pessoas na tarde deste domingo, em Tapes. O jovem de 22 anos, negro e homossexual, foi morto com oito facadas no último dia 26, na beira da Lagoa dos Patos.
Ex-integrante da Escola de Samba Apito de Ouro, que disputa vaga no grupo de acesso na Capital, o jovem teria se arrastado até uma locadora de filmes nas proximidades do local, antes de morrer. Ele morreu enquanto era transportado até o Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre.
Segundo o irmão Sandro Alves, que morava com a vítima, o jovem não tinha inimizades e também não era usuário de drogas. Antiga vizinha de André, a relações públicas Roberta Alfonsin afirma que o crime pode ter acontecido por preconceito.
- Ele era uma pessoa simples, humilde, de bem com a vida. O fato de ele ser gay deve ter incomodado alguém.
Presente no protesto deste domingo, o fotógrafo Rodrigo Bragaglia, que integra o movimento Todos pela Criminalização da Homofobia, diz que é preciso chamar a atenção para crimes como esse pelo fato de que, a cada 36 horas, um homossexual é assassinado no Brasil. Segundo ele, a investigação de crimes desta natureza dificilmente é levada até o final por causa da falta de provas e, muitas vezes, pelo preconceito da própria família.