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As casas de madeira de uma vila de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, estão recebendo um reforço contra o frio e contra o calor. Alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Feevale desenvolveram um projeto no qual transformam embalagens de leite em placas para serem aplicadas nas paredes e no teto das casas de famílias carentes, amenizando os efeitos de temperaturas extremas.
No caso do calor, estudos mostraram que casas com o forro feito com as embalagens longa vida têm a sua temperatura reduzida em 5% nos dias quentes. Já para atenuar o frio do inverno, os alunos aplicam as mesmas placas nas paredes, vendando as casas contra a entrada do vento gelado.
- Ainda no ano passado começamos a estudar materiais alternativos e de baixo custo para serem usados em casas de comunidades carentes. As caixas de leite se mostraram extremamente úteis e optamos por elas - explica a professora Alessandra Brito, coordenadora do projeto chamado de Mãos à Obra.
Uma campanha realizada entre alunos da universidade reuniu mais de 2,5 mil embalagens. Metade delas já foi transformada em placas e aplicadas em casas do loteamento Kephas, no bairro Diehl. O restante será usado em uma outra ação, que deve ocorrer na próxima semana.
- Nosso objetivo é melhorar a vida dessas famílias, que vivem em uma situação extremamente precária. Também estamos ensinando os moradores para que eles próprios possam revestir o restante das casas - lembra a professora.
Cinco alunos e três professores estão participando do projeto. Na primeira fase, os estudantes estão priorizando a aplicação das placas nos quartos das casas. Revestir a residência inteira é um processo demorado, e que diminuiria o número de famílias beneficiadas. Até agora, 12 casas foram revestidas, e a tendência é de que esse número aumente ao longo do ano.
Testes
Para analisar a eficiência do uso dos revestimentos feitos a partir das embalagens, os estudantes estão montando uma pequena vila, com reproduções das casas. Hoje, algumas das pequenas residências receberão as placas e outras, não. Sensores térmicos irão apontar as variações na temperatura em cada ambiente.
- Estamos trabalhando em pesquisas para aprimorar as placas, melhorando a eficiência delas contra o frio e o calor - ressalta Brito.
Como são feitas as placas
- Caixas de leite são abertas e têm a parte de cima e a de baixo cortadas. +A caixa inteira é dividida em duas, com um corte na emenda.
- As lâminas são limpas e colocadas para secar.
- Com um grampeador, ou com uma máquina de costura, as caixas são unidas, formando um placa.
Dica
- Na aplicação em paredes, a parte interna das embalagens deve ficar voltada para fora. Isso evita que a água da chuva molhe a parte de fora.
- As caixas devem ser fixadas se sobrepondo uma à outra. No momento da aplicação deve-se cuidar para que as emendas estejam no sentido do caimento da água, para que ela não penetre.