Aberto às 9h30min desta segunda-feira, o Painel RBS especial Filho da Rua - Alternativas para o Dramas dos Meninos das Esquinas teve em seu primeiro segmento a participação de dois investigadores da situação das crianças de rua no Rio Grande do Sul, a partir da reportagem especial encartada na Zero Hora de domingo.
Para o psicólogo do Centro de Estudos Psicológicos sobre Meninos e Meninas de Rua da UFRGS, Lucas Neiva, o primeiro nível de intervenção nesse segmento é trabalhar com as famílias envolvidas. Segundo ele, na maioria dos casos, a fuga de jovens de seus domicílios é associado à violência doméstica e alcoolismo. Desde 1990 envolvido no assunto, Neiva citou histórias de crianças que morreram em decorrência do tráfico de drogas e até mesmo pela ação policial.
- Nem todos os casos são semelhantes ao do Felipe (nome fictício dado à criança da reportagem de ZH). Nem todas as crianças que estão nas ruas romperam o vínculo familiar. Mas tenho medo da próxima manchete - alerta.
Neiva ressaltou que "21 dias de desintoxicação não significa nada". Em seu ponto de vista, é necessário preparar a família para receber essa criança que passou pela internação ao convívio social.
Já o sociólogo e professor da UFRGS, Ivaldo Gehlen, destacou o desenvolvimento de programas por meio do conhecimento das sitauções vivenciadas por meninos de rua. Para ele, a mudança efetiva passa por uma troca de postura da sociedade.
- Essas crianças que pedem dinheiro na sinaleira ão vistas com preconceito, como se não fizessem parte do nosso cotidiano. As pessoas têm medo e se colocam em um nível de distanciamento. Dar esmola é uma postura degradante.
Gehlen afirmou ainda que cada um em seu campo de atuação pode contribuir para melhorar a situação das crianças de rua. De acordo com ele, no entanto, a o serviço público tem assumido essa responsabilidade.
O Grupo RBS promove nesta manhã um debate sobre as medidas necessárias para combater o avanço do número de crianças moradoras de rua no Brasil. O evento é fruto do caderno especial encartado na edição de domingo de Zero Hora, que revela a trajetória de um menino de rua em Porto Alegre.
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Filho da Rua
"Dar esmola é uma postura degradante", diz sociólogo sobre situação das crianças de rua
Investigadores do assunto fizeram parte do primeiro segmento de debates no Painel RBS especial Filho da Rua
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