O primeiro ano de formada tem sido de muito trabalho e estudo para a médica Stella Indicatti Fiamenghi, 24 anos. Afinal, ela atuou por seis meses em um posto de saúde, foi aprovada na prova de residência e deu início à formação em pediatria.
Nascida em Caxias do Sul, Stella saiu de casa direto para o curso de Medicina, em agosto de 2005. Foram seis anos de teoria e prática na Ulbra, em Canoas, onde vivenciou um pouco da rotina dos hospitais. A realidade profissional seria encarada 15 dias depois da formatura, quando, a partir de contatos, ela conseguiu emprego em uma unidade básica de saúde canoense.
Enquanto as manhãs e as tardes eram destinadas ao atendimento de pacientes, as noites ficavam reservadas para a revisão do conteúdo aprendido durante a faculdade. Com o resultado positivo no exame de residência, desde o início de março Stella realiza o sonho de trabalhar com crianças. E não quer parar por aí: depois da pediatria, vai buscar uma segunda especialização em neonatologia.
A faculdade
São seis anos de curso - os quatro primeiros alternando teoria e prática e os dois últimos (chamados de doutorando ou internato) focados na prática médica, seja em hospitais, postos de saúde. Nesses quatro semestres finais, o aluno passa por várias especialidades e tem a oportunidade de se direcionar para a área em que pretende atuar. Segundo Stella, é o momento de vivenciar a rotina de um médico.
Apaixonada pela pediatria
Stella entrou na faculdade já convencida de que queria ser pediatra. Em casa, ela já acompanhava a mãe trabalhando na área - além disso, sempre foi apaixonada por crianças. Mesmo depois de entrar em contato com outras especialidades, continuou convicta da escolha.
Primeiro emprego
Em 16 de julho do ano passado, a caxiense celebrava a formatura e, 15 dias depois, começava a trabalhar em um posto de saúde em Canoas. Antes mesmo da colação de grau, no entanto, já estava em contato com uma cooperativa que oferece oportunidades de emprego para médicos. Vários colegas seguiram o mesmo caminho e garantiram lugar no mercado.
Posto de saúde
Na Unidade Básica de Saúde Fátima, ela permaneceu por seis meses. O expediente era de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Além da rotina de consultas a pacientes, fazia visitas domiciliares e palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis em escolas. Atendia, em média, 25 pessoas por dia, a maioria idosos.
- A responsabilidade aumentou muito, porque não tinha mais ninguém me auxiliando, como na faculdade - diz.
Boas ofertas
Stella costumava receber e-mails diariamente com possibilidades de trabalho, para fazer plantão em clínicas e hospitais. Cidades como Viamão, São Leopoldo e Novo Hamburgo, para citar apenas a Região Metropolitana, estão sempre atrás de profissionais da área da saúde.
- Só não trabalha quem não quer. No Interior, por exemplo, os salários são altos e falta gente.
Nova prova
Enquanto atuava no posto de saúde, a recém-formada também se preparava para prestar um segundo "vestibular": as provas de residência médica. Era difícil e cansativo conciliar o trabalho e os estudos, que ocorriam à noite. Em novembro do ano passado, começaram os concursos - em geral, são cem questões de diversas especialidades mais entrevistas. Stella fez quatro provas e garantiu um lugar no Hospital Universitário Ulbra, administrado pelo sistema Mãe de Deus, em Canoas.
10 bebês por dia
No hospital, Stella recebe bolsa do Ministério da Educação (MEC) e tem um contrato de 60 horas semanais. Ou seja, ela trabalha de segunda a sexta nos turnos da manhã e da tarde e faz plantão um dia da semana mais dois finais de semana por mês. Uma rotina intensa, mas ela garante que está começando a se adaptar.
- Tenho minha autonomia, mas sempre conto com um acompanhamento. Posso tirar dúvidas com meu chefe e os colegas. É um período para aprender o máximo possível, pois a responsabilidade só aumenta - aponta.
Neste primeiro ano de residência em pediatria (iniciado em março), Stella vai passar por três áreas: alojamento conjunto e sala de parto, emergência pediátrica, enfermaria pediátrica e ambulatórios. Um dado interessante: no Hospital Universitário, nascem de 10 a 12 bebês por dia, uma média de 300 por mês, o que dá uma noção da quantidade de trabalho.
Vale a pena fazer Medicina?
- Sim, pela satisfação em poder ajudar as pessoas, em ver a alegria de um pai e uma mãe com a recuperação do seu filho, e depois de um tempo poder ver o desenvolvimento de um paciente após tantas intervenções e ver que valeu a pena!
Tire a dúvida
Residência médica é uma modalidade de ensino de pósgraduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização. Funciona em instituições de saúde, com a orientação de profissionais da área.