A população de Erechim pode começar a ficar sem água nas torneiras a partir de quinta-feira, Sem chuvas desde o mês de novembro, o nível do lago caiu em 2,96 metros e deve atingir na quarta-feira o nível crítico. A Corsan monitora a situação e já estuda um plano de racionamento que pode ser deflagrado conforme a necessidade.
A cidade de 96,1 mil habitantes consome e média 25 milhões de litros de água por dia. Com a entrada da estiagem e os alertas da Corsan, o consumo caiu para 22 milhões e no último mês para 19 milhões de litros de água por dia. Uma campanha sugerindo que cada família faça um racionamento de forma voluntária foi lançado na semana que passou, com a meta de baixar o consumo para 17 milhões de litros e manter o abastecimento até iniciar o período de chuvas.
- Não conseguimos baixar dos 19 milhões de litros de consumo, embora o esforço da população e a redução das denúncias de desperdício - conta o gerente regional da Corsan Planalto, Paulo Berta.
A temperatura que chegou aos 35°C esta semana, também colaborou para o agravamento da situação. No lago de captação da barragem, a vazão dos rios Ligeirinho e Campo, que abastecem a cidade é tão baixa, que o rio sequer consegue acúmulo de água para transpor as barreiras naturais e chegar ao lago. Uma tubulação precisou ser instalada pela companhia sob uma ponte para facilitar a entrada de água dos rios. A terra rachada mostra o leito do lago, que nesta época do ano deveria estar cheio.
Conforme Berta, diariamente os técnicos avaliam o nível do lago e comunicam à diretoria da Corsan, que está monitorando de perto a situação. Eles continuam chamando a população à economizar, para não correr o risco de ficar sem abastecimento.
Um plano de racionamento já está sendo estudado pela companhia para o caso da medida ser deflagrada. Conforme o diretor de operações Ricardo Rover, a cidade será dividida em setores de rodízio que sofrerão cortes de 14 horas por dia.
- A medida é complicada para a população e também tecnicamente, porque as redes esvaziam e pode haver rompimentos, vamos postergar a medida o máximo possível - salienta Rover.