Para avaliar as condições das calçadas de prédios públicos do município, Zero Hora percorreu alguns pontos de Porto Alegre. Em pelo menos seis locais foram percebidos defeitos.
Ao passo em que proprietários particulares correm para ajustar-se à exigência de arrumar passeios danificados sob pena de levar multa de R$ 461, a prefeitura só tem um prazo para reformar calçadas junto a seus prédios públicos devido a uma determinação do prefeito José Fortunati. A prefeitura tem até dezembro para consertar calçadas.
Já os moradores começaram a ser multados em fevereiro por problemas nos passeios de seus imóveis. Não há nada de irregular nisso, já que a lei estabelecendo prazos de 30 dias diz respeito somente aos privados, mas cabe um questionamento: não deveria a prefeitura dar o exemplo e fazer um conserto simultâneo ao efetuado pela população?
Um dos pontos emblemáticos é a sede do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) na Rua José do Patrocínio, pois é ladeada por calçadas recém-arrumadas por seus proprietários. O passeio do DEP destoa, apresentando buracos no calçamento de basalto. A própria sede da prefeitura não é um bom exemplo, já que tem inúmeros defeitos no piso do entorno.
Não é diferente com as praças da Matriz e da Alfândega, onde faltam pedaços do calçamento, nem nos passeios em torno do Mercado Público. Completa a lista a sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), na Rua João Neves da Fontoura, onde a grama avança sobre os buracos na calçada.
Contraponto
O que diz a prefeitura
No começo da campanha Minha Calçada: Eu Curto, Eu Cuido, alguns calçamentos de responsabilidade do município entraram em obras, como a Avenida Borges de Medeiros, embaixo do viaduto Otávio Rocha. Para dar conta do serviço, uma empresa foi contratada para fazer todas as reformas.
Só que o exemplo de iniciar logo os trabalhos não se espalhou pelos locais mantidos pela prefeitura. Chefe interino da Seção de Fiscalização, Carlo Thaiso Bueno de Farias argumenta que são muitos pontos a serem reformados. Seria impossível resolver tudo em 30 dias ou antes que começassem as obras dos particulares:
- É muita coisa. E tem nosso calcanhar de Aquiles, que é em volta do Mercado Público, onde arruma hoje e amanhã já tem laje solta. É como secar gelo - admite.
Mau exemplo
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