Não foram apenas Michael Phelps, Usain Bolt ou Simone Biles que chamaram a atenção pelas suas performances na Olimpíada. Nas arquibancadas, a torcida brasileira fez a festa. Com irreverência e criatividade, o pessoal que acompanhou os Jogos do Rio de perto deu um colorido especial à primeira visita da competição à América do Sul. Lembre de oito momentos em que os torcedores se destacaram mais do que os atletas no Rio 2016.
– Ôôôôôôôôô Zika!
As brincadeiras começaram antes mesmo do início oficial da Olimpíada. No primeiro jogo da seleção feminina dos Estados Unidos no futebol, a goleira Hope Solo ouviu os gritos "ôôôôôôô Zika!" a cada vez que tocava na bola. Tudo por conta de uma provocação da americana, que publicou no seu Instagram, antes dos Jogos uma foto usando material de proteção contra mosquitos para se prevenir da doença. Não deu muito certo, e a "zica" pegou na goleira, que foi eliminada nas quartas de final.
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– Bombonera no tênis de mesa e na esgrima
Hugo Calderano chegou até as quartas de final na disputa de simples no tênis de mesa masculino, enquanto Guilherme Toldo fez o mesmo na disputa do florete na esgrima. E contaram com o apoio da torcida para isso: as arquibancadas do Riocentro e da Arena Carioca pareciam as da Bombonera, com um verdadeiro "bafo na nuca" dos adversários, que chegaram a reclamar dos gritos. Não adiantou nada, e entre "Uh, vai morrer!", "Fura ele" e "Aaaah, o Hugo é melhor que o Neymar", o tênis de mesa e a esgrima não foram os mesmos dos outros Jogos no Rio.
– Mina, o boxeador que é da hora
A torcida brasileira fez questão de curtir mesmo quando não havia compatriotas em disputa. No boxe masculino, um simples sobrenome valia o apoio. Foi o caso do boxeador equatoriano Carlos Andres Mina. No dia 7, ele lutou no Riocentro e ouviu as arquibancadas cantarem a eterna Pelados em Santos, dos Mamonas Assassinas: "Mina, teus cabelo é da hora...".
– Ofensas a Pau Gasol
A seleção masculina de basquete decepcionou. Mas, na vitória contra a Espanha, o time parecia embalar. E as arquibancadas da Arena Carioca 1 foram na mesma balada. Quem sofreu com isso foi Pau Gasol, astro e craque da seleção espanhola, que ouviu de tudo na tentativa de desestabilizá-lo.
– Vamo, Pokémon!
Antes do jogo entre Brasil x Dinamarca, a Fonte Nova recebeu Japão x Suécia. Os brasileiros adotaram os japoneses com uma lembrança recente: o antigo desenho, atual jogo-febre no mundo todo, Pokémon. Aos gritos de "Vamo, Pokémon!", no mesmo ritmo de "Vamo, Inter", a torcida fez questão de apoiar os nipônicos.
– Vaias, vaias, vaias
Além do apoio criativo, outro traço da torcida chamou a atenção dos estrangeiros: as vaias. Desde aquelas reservadas aos atletas russos, envolvidos em uma polêmica de doping, até aos apupos aos argentinos e chegando à situação com Renaud Lavillenie, derrotado pelo brasileiro Thiago Braz na disputa do salto com vara.
– Torcida pelo juiz
No futebol, a única unanimidade é sempre o juiz, xingado e detestado por todas as torcidas. Na Olimpíada, contudo, é diferente. Em uma luta de boxe, o único brasileiro no ringue era o árbitro Jones Kennedy. Foi o suficiente para que as arquibancadas gritassem "Juiz, juiz!", na luta entre Kamran Shakhsuvarly, do Azerbaijão, e Zhanibek Alimkhanuly, do Cazaquistão.
– Como no UFC
Robson Conceição tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro no boxe. E o esporte ganha mais um destaque na relação da torcida. Assim como tem sido costume nas lutas do UFC, o Riocentro explodiu em gritos de "Uh, vai morrer" nos combates envolvendo o campeão. O apoio deu certo, e Conceição fez questão de celebrar a vitória com a torcida.