A medalha é de ouro. A que faltava. Mas a conquista deste sábado nos mostrou mais. Mostrou que temos um começo de Seleção. Um time com perspectiva de futuro alvissareiro. Fazia tempo que não se via uma Seleção Brasileira com concepção de futebol tão atualizada.
O Brasil olímpico fez no primeiro tempo o que recomenda a cartilha moderna. Marca lá no ataque, tem volantes que sabem dar carrinho mas também o que fazer com a bola. Renato Augusto virou um volante de primeira. É vigilante sem a bola e, quando a tem, afina o jogo. A zaga mostrou dois zagueiros jovens e seguros. Rodrigo Caio beirou o impecável.
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Rogério Micale mostra que é possível encaixar quatro jogadores de frente de altíssima qualidade. Fez todos eles entenderem que, para atuar juntos, precisam também sentir dor. E sentir dor para um craque é ter de marcar.
Os Gabriéis, o Jesus e o Barbosa, perseguem, obedientes, o lateral até a linha de fundo. Neymar e Luan também voltam para recompor. E os quatro trocam de posição, buscam o espaço. Luan merece um parêntesis: joga na seleção como se estivesse em casa, com os amigos. Não foi de graça que virou quem dita o ritmo de amarelo.
Não voltamos a ser os melhores. Estamos longe ainda. Mas pelo menos já podemos vislumbrar um caminho para que isso se torne possível outra vez. Até este sábado no Maracanã, nem isso tínhamos.
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