
A seleção brasileira de judô terminou o primeiro dia do Campeonato Pan-Americano e Oceania Sênior, disputado no Centro de Desportos de Contacto, em Santiago, no Chile, com nove medalhas. Foram cinco ouros, duas pratas e dois bronzes conquistados na noite de sexta-feira (25), além da liderança provisória do Brasil no quadro geral de países da competição.
O primeiro ouro brasileiro veio com Natasha Ferreira, no peso ligeiro (48 kg). A atleta da Sociedade Morgenau-PR venceu a mexicana Kassandra Espinoza (WO), a equatoriana Laura Vásquez (ippon) e a chilena Mary Dee Vargas Ley, 17ª do ranking mundial, até chegar à decisão contra a estadunidense Maria Celia Laborde, 13ª da classificação mundial.
A brasileira dominou a luta final, forçando três punições à adversária, para garantir seu primeiro título na competição. Número 19 do mundo, Natasha irá somar 800 pontos na classificação da Federação Internacional de Judô (IJF) pela conquista.
Michel Augusto fatura o bi

Logo depois veio o peso ligeiro (60 kg) masculino e Michel Augusto garantiu o bicampeonato, repetindo o título de 2024, no Rio de Janeiro.
Atleta olímpico em Paris, o judoca do Sesi-SP, que é o nono do ranking mundial, estreou na segunda rodada e venceu o canadense Tylor Collin (ippon). Depois superou o equatoriano Jhonathan Benavides (yuko) e o mexicano Arath Juárez (ippon), na semifinal.
A medalha de ouro veio em combate contra o cubano Jonathan Charon, 25º do ranking, superado por ippon.
Ronald Lima estreia com ouro

Logo depois foi a vez de Ronald Lima (Pinheiros-SP) faturar o título do peso meio-leve (66 kg) em sua estreia no campeonato.
A campanha do judoca de 20 anos teve vitórias sobre o dominicano Anderson Pol Guelle (ippon), o argentino Joaquín Tovagliari e o experiente equatoriano Lenin Preciado (ippon).
Na final, diante do salvadorenho Diego Calix, Ronald forçou três punições por falta de combatividade ao adversário e garantiu o ouro e os 800 pontos no ranking, onde atualmente está em 34º lugar.
Jessica Pereira é prata no meio-leve feminino
A invencibilidade brasileira em finais encerrou na disputa do meio-leve feminino (52 kg). Jessica Pereira (Instituto Reação-RJ) venceu a estadunidense Jenna Schurr e a argentina Agustina Lahiton, ambas por ippon, e se classificou para a decisão contra a canadense Evelyn Beaton, 89ª do mundo.
Em sua primeira competição no ano, Jessica fez luta equilibrada e acabou projetada em yuko, no golden score. Com a prata, a brasilera somou mais 560 pontos no ranking mundial, onde ocupa a 39ª colocação.
Daniel Cargnin perde final no golden score

Outro judoca que fez a estreia na temporada foi o gaúcho Daniel Cargnin. O judoca da Sogipa, que é o 24º do ranking do peso leve (73 kg) superou o cubano Marlon Herrera (waza-ari), o panamenho Ronal González (punições) e o dominicano Antinio Tornal (ippon), para garantir um lugar na final.
Mas o título escapou diante do estadunidense Jack Yonezuka, 18º do mundo, que no golden score acabou imobilizando o brasileiro por cinco segundos, tempo suficiente para a pontuação mínima no placar (yuko).
Duas brasileiras no pódio do leve feminino

O Brasil garantiu duas medalhas no leve (57 kg) feminino. Shirlen Nascimento (Sesi-SP) foi campeã e Bianca Reis (Pinheiros) levou um bronze.
Shirlen, 63ª do ranking, venceu a mexicana Renata Ortiz (waza-ari), a peruana Marian Flores (ippon) e, na semifinal, ganhou o duelo brasileiro com Bianca, também com um ippon.
Na disputa do ouro, a paranaense venceu a estadunidense Mariah Olguin, 39ª do mundo, forçando três punições à rival.
A campanha de Bianca teve vitórias sobre a guatemalteca Shelly López (waza-ari) e a australiana Tinka Easton (ippon). Depois, da perder a semifinal para Shirlen Nascimento, a brasiliense de 19 anos foi para a disputa do bronze e superou a equatoriana Astrid Gauidia, por ippon.
Nauana Silva supera medalhistas olímpicas

Aos 22 anos, Nauana Silva (Pinheiros) não deverá esquecer esse Pan-Americano. Com uma campanha irrepreensível, ela faturou a medalha de ouro no meio-médio (63 kg).
Sua primeira adversária foi a argentina Iara Figueroa, superada nas punições. Em seguida, enfrentou a compatriota Rafaela Silva, campeã olímpica na Rio 2016 nos 57 kg e bronze por equipe em Paris 2024, e levou a melhor nas punições (3 a 2).
Na semifinal, a 23ª do mundo bateu a experiente cubana Maylin del Toro Carvajal, 18ª do ranking e atual bicampeã dos Jogos Pan-Americanos, com um waza-ari.
O ouro foi conquistado em combate contra a medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e vice-campeã mundial em 2022, a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, atual número cinco do mundo. Nauana conseguiu um waza-ari ainda no primeiro minuto e administrou a vantagem até o final da luta.
Rafaela Silva fatura primeira medalha internacional em nova categoria
Após subir de peso neste ciclo, Rafaela Silva (Flamengo) ainda se adapta ao meio-médio. Na estreia bateu Qona Christie, da Nova Zelândia, com um yuko e dois waza-ari.
Logo depois veio a derrota para Nauana e a ida para a repescagem, onde passou pela canadense Laurence Biron com dois waza-ari, antes de vencer a colombiana Cindy Mera, com um ippon, e garantir o bronze, sua primeira medalha internacional em nova categoria de peso. O pódio rendeu 400 pontos para Rafaela, que é 83ª colocada no ranking mundial.