O ciclista cearense Gideoni Monteiro garantiu neste sábado, em Londres, oficialmente a sua vaga para os Jogos Olímpicos do Rio na categoria Omnium, a única para a qual o Brasil não havia recebido convite para participar.
O feito encerrou um jejum de 24 anos. Desde 1992, quando Fernando Louro foi à Olimpíada de Barcelona, o Brasil não conseguia classificar um atleta aos Jogos Olímpicos. Nesta modalidade, o País não foi convidado porque, em um velódromo, um competidor lento, retardatário, atrapalha quem briga pelos primeiros lugares.
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A Omnium é considerada a prova mais complexa do ciclismo de pista, com seis corridas em dois dias de competição. A classificação de Gideoni foi oficializada no último dia do Campeonato Mundial da modalidade, disputado em Londres, na Inglaterra. O brasileiro encerrou a prova na 18ª posição, colocando o Brasil em 15º lugar no ranking olímpico, à frente de grandes adversários, como Espanha, México e Canadá.
– Estou muito feliz de conseguir essa vaga olímpica. Foram dois anos de muita luta. Agradeço a todos que me ajudaram. Boa parte dos ciclistas que vão estar nos Jogos estavam aqui em Londres, então foi muito bom encarar essa pequena prévia. Tivemos mais um dia muito complicado, mas fui conversando com o técnico e consegui me manter centrado para somar os pontos necessários para garantir o Brasil no Rio 2016 – contou Gideoni.
Ele também será o primeiro brasileiro a representar o País na Omnium, prova que entrou para o cronograma do ciclismo de pista apenas na Olimpíada de Londres, em 2012.
– A responsabilidade é grande e a pressão só vai aumentar daqui para frente, mas estou motivado e focado para poder representar muito bem o meu país. Agora vamos descansar e pensar na preparação para os Jogos – declarou.
Depois de um primeiro dia de provas muito difícil, com três corridas em que terminou em 17º, 18.º e 10.º, respectivamente, Gideoni voltou ao velódromo de Londres para mais três corridas neste sábado. No 1Km contrarrelógio e na flying lap (volta lançada), Gideoni terminou na 20ª posição. Na última prova do cronograma, o atleta da seleção brasileira conseguiu manter um bom ritmo, chegando a liderar a prova em diversos momentos e fechou a disputa por pontos em 13º lugar. O grande campeão foi o colombiano Fernando Gaviria, atual campeão pan-americano.
– O ciclismo de pista é definido por detalhes, são meses treinando para abaixar centésimos de segundo nos tempos. ê um trabalho muito específico e cansativo e, apesar da confirmação só sair agora, já estamos trabalhando focado nessa classificação olímpica há mais de dois anos. Esses são os primeiros frutos de muitos que ainda virão – afirmou Emerson Silva, técnico da seleção brasileira.
Também integraram a seleção brasileira no Mundial na Inglaterra Flávio Cipriano, Kacio Fonseca e Hugo Osteti, que participaram das provas de velocidade por equipes e 1km contrarrelógio.
*ESTADÃO CONTEÚDO
Após 24 anos
Garantido no Rio 2016, Gideoni quebra jejum no ciclismo de pista
Desde 1992, o Brasil não conseguia classificar um atleta na modalidade
Estadão Conteúdo
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