Desembarcar de um voo no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o principal do Rio de Janeiro, não é das tarefas mais simples. As obras da reforma desviam o caminho até as esteiras de bagagem e deixam o trajeto confuso. Nos tapumes, a promessa: "até 2016, um aeroporto à altura do Rio".
Especial ZH: como está a preparação dos esportes e a situação das obras no Rio, a um ano da Olimpíada
Por enquanto, a preparação olímpica causa transtorno pela cidade com as obras de mobilidade e de melhorias estruturais. Não há no carioca a empolgação pelo mega-evento que se aproxima. Talvez com os eventos-teste - dois dos 44 já foram realizados - o Rio entenda melhor a dimensão do que está por vir daqui a um ano.
Há pelo menos um local onde a Olimpíada já pulsa. O prédio espelhado do Comitê Rio 2016, no bairro Cidade Nova, dá uma pitada da agitação que deve tomar conta das áreas principais de competição. Por vezes o ambiente se assemelha ao de um aeroporto - mas organizado, nada parecido com a bagunça do Galeão em reformas. Visitantes e funcionários têm de passar seus pertences pelo raio X antes de entrar, e não raro o inglês é o idioma das conversas em meio ao vai e vem movimentado.
A um ano da Olimpíada, 15 brasileiros já estão garantidos nos Jogos
O clima é leve no coração da Olimpíada porque as obras andam. O único risco de passar vergonha fica por conta das águas sujas da Baía de Guanabara, lagoa Rodrigo de Freitas e praia de Copacabana, locais das provas de vela, remo e maratonas aquáticas, respectivamente.
Ainda assim, a situação parece ser mais tranquila do que nos preparativos para a Copa do Mundo. Foi no Mundial, aliás, que o brasileiro aprendeu: qualquer sucesso de organização se dissipa diante do vexame esportivo. Por isso, o Brasil acerta pontas para evitar um 7 a 1 olímpico e ambiciona ainda mais ao mirar em um resultado histórico.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) se prepara para evitar que a performance esportiva ponha água no chope. A meta é conquistar entre 27 e 30 medalhas para se colocar entre os 10 países com maior número de pódios. Há também a questão da variedade: a intenção é "medalhar" em, no mínimo, 10 modalidades. São requisitos a preencher para que o Brasil se encaixe na descrição do COB de potência olímpica.
- Em 2013, ganhamos 27 medalhas em Mundiais, sendo que nosso melhor resultado no primeiro ano de um ciclo era de 11. Ano passado subimos de 12, 13, para 24 medalhas - comemora o superintendente executivo de esportes do COB, Marcus Vinicius Freire.
Débora Pradella: Baía que não me sai do pensamento
- Para chegar a 10 modalidades que com medalha, trabalhamos com um grupo de 15, 16, 17 modalidades. É claro que isso varia, a gente faz reavaliações constantes para saber em que patamar estamos - explica.
Seja no campo esportivo ou da infra-estrutura, o Brasil parece navegar em águas tranquilas - ainda que poluídas - a um ano dos Jogos.
Prefeitura do Rio apresenta plano de legado do Parque Olímpico e do Parque Radical
*ZHESPORTES
Opinião
André Baibich: o Brasil parece navegar em águas tranquilas a um ano dos Jogos
André Baibich
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project