Com a meta de conquistar 27 medalhas em pelo menos 10 modalidades, o Comitê Olímpico do Brasil começa a intensificar os preparativos para terminar os Jogos do Rio-2016 entre os 10 países com maior número de pódios. A 500 dias da Olimpíada, o Time Brasil já tem 297 vagas garantidas. O objetivo é montar, até agosto do próximo ano, uma delegação de 450 atletas, a maior da história do país.
Grande parte dos nomes será definida neste ano. De olho no maior número possível de ouros, pratas e bronzes, o COB monitora o desempenho de mais de 200 atletas de esportes individuais, de acordo com o diretor executivo da entidade, Marcus Vinicius Freire.
- O COB está apoiando uma série de atletas que almejam uma final olímpica, o que já representará um grande resultado - afirma o dirigente. - Nosso suporte não está voltado apenas àqueles que vão disputar medalhas, mas para que todos os competidores tenham os melhores resultados de suas vidas nos Jogos Olímpicos.
Nos próximos 16 meses, o comitê pretende intensificar ações de preparação técnica, física e mental dos atletas e a estruturação das equipes brasileiras, com ênfase em iniciativas como participação em treinamentos e competições e aquisição de equipamentos esportivos.
- O primeiro ano do novo ciclo olímpico se mostrou excelente. Foram 27 medalhas em campeonatos mundiais ou competições equivalentes e o melhor ano pós-olímpico da nossa história. O segundo ano também foi muito bom, com 24 medalhas. Isso nos mostra que estamos no caminho certo, mas não nos dá a certeza de resultados em 2016 - ponderou Marcus Vinicius.
Veja a seguir quem pode brilhar nos Jogos do Rio.
JUDÔ
Bronze em Londres-2102 e atual campeã mundial na categoria meio-pesado (-78kg), Mayra Aguiar, 23 anos, vai disputar a terceira Olimpíada de sua carreira com o status de favorita ao ouro. A judoca gaúcha de 23 anos é destaque da modalidade que mais conquistou medalhas para o Brasil na história dos Jogos: foram 19 pódios, dois a mais que a vela.
Outros "medalháveis":
- Sarah Menezes, peso leve (-48kg)
- Érika Miranda, peso meio-leve (-52kg)
- Rafaela Silva, peso leve (-57kg)
- Maria Suelen Altheman, peso pesado (+78kg)
- Charles Chibana, peso meio-leve (-66kg)
- Rafael Silva, peso pesado (+100kg)
NATAÇÃO
Foto: Satiro Sodré/AGIF
Ouro em Pequim-2008, Cesar Cielo ainda é o atleta com resultados mais expressivos da modalidade no país. Mas Bruno Fratus, 25 anos, está em grande fase. Tem a segunda melhor marca do ano nos 50m livre, à frente de Cielo. O Brasil, por sinal, vive um bom momento na natação. No último Mundial em piscina curta (com vária disputa não-olímpicas), o país terminou em primeiro no quadro de medalhas.
Outros "medalháveis":
- Cesar Cielo, 50m e 100m livre e revezamento 4x100m livre
- Felipe França, 100m peito
- Etiene Medeiros, 100m costas
TIRO COM ARCO
Foto: World Archery/Divulgação
O carioca Marcus Vinícius D'Almeida é considerado um prodígio da modalidade. Começou a praticar aos 12 anos. Aos 14, já havia sido selecionado para seleção brasileira de tiro com arco. Aos 16, é o oitavo colocado do ranking mundial, com resultados como medalhas de prata em uma Copa do Mundo e na Olimpíada da Juventude em Nanquim-2014. O garoto treina seis vezes por semana, cinco horas por dia.
VÔLEI
Foto: Janek Skarzynski/AFP
Primeiro no ranking mundial no masculino e segundo no feminino, o Brasil é a grande força da modalidade. O time de Murilo (E) e Lucarelli vem chegando ao pódio em quase todas as competições, mas a última conquista importante foi o título mundial de 2010. Já as meninas são as atuais bicampeãs olímpicas, mas decepcionaram no último Campeonato Mundial, quando foram eliminadas nas semifinais pelos EUA.
HANDEBOL FEMININO
Foto: Javier Soriano/AFP
Sob o comando do dinarmaquês Morten Soubak, a seleção feminina conquistou o inédito título mundial em 2013, na Sérvia. Para brigar pelo primeira medalha olímpica da modalidade, o time conta com o talento da catarinense Duda Amorim, eleita melhor jogadora do planeta no ano passado e destaque do time húngaro Györi Audi ETO KC.
TÊNIS
Foto: Alejandro Pagni/AFP
Os mineiros Marcelo Melo (à esquerda), 31 anos, e Bruno Soares, 33, não costumam jogar no mesmo lado da quadra nos torneios de duplas da ATP e em Grand Slams. Mas o entrosamento é garantido na Copa Davis. Há quase cinco anos invictos na competição, os tenistas acumulam oito vitórias consecutivas defendendo equipe brasileira. Hoje, Melo é o 4º colocado no ranking mundial, e Bruno, o 15º.
ATLETISMO
Foto: Craig Mitchelldyer/AFP
O desespero com o sumiço de uma vara em Pequim. O receio de saltar com vento em Londres. Por motivos diferentes, Fabiana Murer frustrou a expectativa de medalhas no salto com vara nas duas últimas edições dos Jogos. Mas a paulista de 34 anos, campeão mundial de 2011, ainda é um nome de respeito na prova. No ano passado, quando obteve as três melhores marcas da temporada (4m80cm, 4m76cm e 4m72cm), Murer conquistou o bicampeonato da Liga Diamante.
VÔLEI DE PRAIA
Foto: Silvio Ávila/CBV, divulgação
Campeões olímpicos em Atenas-2004 e bronze em Pequim-2008, os quarentões Ricardo (à esquerda) e Emanuel retomaram a parceria para tentar o ouro no Rio. Atualmente, estão em segundo lugar no Circuito Brasileiro de vôlei de praia. No feminino, Juliana e Maria Elisa são as atuais campeãs do Circuito Mundial e devem chegar aos Jogos com grande chances de medalha.
VELA
Foto: Arquivo Pessoal
Filha do bicampeão olímpico Torben Grael e eleita melhor velejadora do mundo em 2014, Martine Grael (à esquerda) formou uma parceria vencedora com Kahena Kunze na classe 49er FX. No ano passado, as duas atletas de 24 anos conquistaram o título mundial em Santander, na Espanha.
Outros "medalháveis":
- Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, classe 470
- Robert Scheidt, classe laser
GINÁSTICA ARTÍSTICA Foto: Ben Stansall/AFP
Primeiro campeão olímpico do Brasil na modalidade, Arthur Zanetti vive um bom momento. No sábado, o paulista de 24 anos conquistou o ouro nas argolas em Cottbus, na etapa alemã da Copa do Mundo. Prata no Mundial de 2014, é o ginasta brasileiro com resultados mais consistentes no atual ciclo olímpico.
FUTEBOL Foto: Andrew Yates/AFP
O Brasil já fracassou em duas Copas em casa, perdeu três finais olímpicas. Mesmo com retrospecto desfavorável, a seleção deverá disputar o inédito ouro entre os favoritos. Neymar deverá ser um dos três jogadores acima dos 23 anos na lista. No feminino, a seleção de Marta também deverá brigar por medalha.
CANOAGEM
Foto: Saulo Cruz/CBCa, divulgação
Aos 21 anos, Isaquias Queiroz vem acumulando bons resultados em uma modalidade com pouca tradição no Brasil. Em 2013, foi campeão mundial no C1 500m. Repetiu o feito no ano seguinte. No entanto, a prova não faz parte do programa olímpico. Na disputa que vale medalha nos Jogos, o C1 1000, Isaquias conquistou dois bronzes. Também disputará um lugar no pódio no C2 1000, ao lado de Erlon Souza, que tem um bronze no currículo em Mundial.
*ZHESPORTES