
Apesar da pressão por resultados nas Eliminatórias, o otimismo toma conta do ambiente da Seleção Brasileira em Brasília. Conforme avaliação interna, o técnico Dorival Júnior enfim encontrou uma "espinha dorsal" e está perto de apresentar um desempenho que conquiste a torcida brasileira.
Além disso, há o sentimento na comissão técnica e entre os jogadores de que o Brasil cresce em jogos grandes, como os previstos nesta rodada dupla: contra a Colômbia, nesta quinta (20), em Brasília, e diante da Argentina, na terça (25), em Buenos Aires.
Dificuldades
Isso porque, ao longo do ciclo, a Seleção vem enfrentando dificuldades contra times de menos tradição, que costumam atuar de forma retrancada contra os brasileiros. Porém, tanto colombianos quanto argentinos são conhecidos por realizar marcação alta e atacar qualquer adversário, estilo que agrada os brasileiros.
— Sabemos aqui dentro que jogamos melhor partidas grandes como estas, onde conseguimos ter espaço para jogar. Estamos animados e esperançosos em fazer dois grandes jogos e encaminhar a nossa classificação — analisou o volante Bruno Guimarães, em entrevista coletiva nesta terça (18), em Brasília.
Clima de blindagem
Contudo, apesar da atmosfera otimista, o ambiente da Seleção na capital federal é de pouca badalação. Na manhã desta quarta (20), a reportagem de Zero Hora esteve nas imediações da concentração do Brasil e constatou um clima de certa blindagem, com acesso ao hotel restrito, sem a presença de torcedores e inclusive com poucos jornalistas no entorno.
Já o treino de terça (18), que definiu a equipe, foi totalmente fechado para a torcida e realizado em local distante, no Estádio Bezerrão, em Gama, a 40 quilômetros do eixo monumental.

Momento de pressão
O ambiente avesso a um clima festivo não é uma casualidade, pois até mesmo os jogadores reconhecem que o Brasil vive um momento de pressão. Afinal, a equipe de Dorival Júnior vem de dois empates, contra Venezuela e Uruguai, e ocupa apenas a quinta posição nas Eliminatórias da América do Sul, com 18 pontos.
Curiosamente, a um ponto do sexto colocado, o Paraguai, e a um ponto do vice-líder, o Uruguai. No melhor cenário, a Seleção pode terminar a rodada dupla na segunda posição. No pior, na sétima.
— Todo mundo que veste essa camisa está acostumado com jogos grandes, pressão, essas coisas. Todo mundo sabe lidar com isso. Vamos seguir o plano do Dorival e fazer o que ele pediu — disse o lateral Wesley, do Flamengo, estreante na Seleção.
O ambiente de foco com otimismo é reforçado pelo diagnóstico da comissão técnica e do grupo de que a Seleção Brasileira vem evoluindo técnica e taticamente sob o comando de Dorival Júnior.

— O Dorival está criando um jeito de jogar, sua espinha dorsal. Acredito que a gente está cada vez mais próximo do melhor que pode entregar. Já melhoramos bastante. A gente está numa reformulação enorme, gera tempo. Em toda convocação trocam seis ou sete jogadores, e essa foi uma das convocações com menos trocas. A gente precisa de tempo, mas obviamente sabemos que, ao vestir essa camisa, tem que ter resultado — completou Bruno Guimarães.
Possível escalação
Com a espinha dorsal definida, Dorival tem pouca margem para fazer mistérios no time, especialmente após o corte de Neymar, por lesão. Com isso, a equipe foi encaminhada no treino no Bezerrão, com Raphinha como meia-atacante centralizado, a exemplo dos últimos jogos de 2024.
Com isso, o Brasil deve encarar a Colômbia com: Alisson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; Bruno Guimarães, Gerson e Raphinha; Savinho, Rodrygo e Vinícius Júnior.
Dorival ainda concederá uma entrevista coletiva na tarde desta quarta (19), no Estádio Mané Garrincha, antes de finalizar a preparação em um treino de reconhecimento no palco do jogo, ao final da tarde. A partida na quinta (20) está marcada às 21h45min.