Um grupo de 20 tenistas e um sindicato profissional denunciaram vários órgãos reguladores do esporte nesta terça-feira (18), entre eles a ATP e a WTA, acusando-os de promoverem um "sistema corrupto, ilegal e abusivo".
Cofundada pelo sérvio Novak Djokovic e pelo canadense Vasek Pospisil, a Associação de Jogadores de Tênis Profissionais (PTPA) e os 20 jogadores em questão "iniciaram uma série de ações legais nos Estados Unidos, no Reino Unido e na União Europeia contra os órgãos reguladores do esporte", disse o sindicato em um comunicado à imprensa.
Além da ATP e da WTA, que administram os circuitos masculino e feminino, respectivamente, a Federação Internacional de Tênis (ITF) e a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) também estão sendo alvo destas ações.
Para o diretor-executivo da PTPA, Ahmad Nassar, "o tênis está quebrado".
- Diálogo esgotado -
"Os jogadores estão presos em um sistema injusto que explora seu talento, suprime sua renda e coloca em risco sua saúde e segurança. Esgotamos todas as opções de reforma por meio do diálogo", afirmou Nassar.
O australiano Nick Kyrgios, a francesa Varvara Gracheva e o americano Reilly Opelka se juntaram ao processo aberto pela PTPA nos Estados Unidos, enquanto o francês Corentin Moutet e o japonês Taro Daniel aderiram à ação iniciada no Reino Unido.
Em resumo, os denunciantes apontam "um calendário insustentável", com torneios em disputa 11 meses por ano, e um "desprezo pelos jogadores", obrigados a "suportar jogos que terminam às três da manhã".
Os tenistas devem "jogar com bolas diferentes de uma semana para outra", o que leva a lesões crônicas "no pulso, no cotovelo e no ombro", lamentam.
Além disso, "os jogadores estão sujeitos a exames antidoping aleatórios no meio da noite e a interrogatórios" sem advogado para defendê-los, acrescentam os denunciantes.
- Condições insustentáveis -
Enquanto alguns jogadores denunciaram a leniência da ITIA nos casos de doping contra Jannik Sinner e Iga Swiatek, o órgão é acusado de ter aplicado suspensão aos jogadores "com base em evidências frágeis ou fabricadas".
Por fim, os denunciantes acusam os organismos de governança de "explorar financeiramente os jogadores", embora os de melhor ranking acumulem milhões de euros a cada ano.
Citada no comunicado, a romena Sorana Cirstea (101ª no ranking da WTA) opina que "as condições atuais - calendário exigente, incerteza financeira, suporte inadequado - são insustentáveis".
"Os jogadores atuais e as próximas gerações merecem algo melhor. Não desistiremos até que haja uma mudança real!", conclui a nota.
* AFP