Um dos mais tradicionais torneios do circuito da ATP, o Masters de Indian Wells começa oficialmente nesta quarta-feira (5), quando a chave principal terá seus primeiros jogos.
Nas quadras do Indian Wells Tennis Garden, que tem o segundo maior estádio de tênis do mundo, o Brasil ficará de olho mais uma vez em João Fonseca.
Atual número 80 do ranking, ele disputará um torneio deste porte pela segunda vez na carreira. Em 2024, como convidado, foi à segunda rodada no saibro de Madri, na Espanha.
O Masters é a principal categoria de competições do calendário, perdendo em importância apenas para os Grand Slams. Ao todo, são nove eventos ao longo do ano.
Principal revelação do circuito nos últimos meses, o brasileiro de 18 anos já ultrapassou a casa de um milhão de dólares em prêmios e recentemente chegou à conquista de seu primeiro título, o ATP 250 de Buenos Aires, na Argentina.
Nova etapa para João Fonseca
O desafio agora é seguir evoluindo. Vencedor da última edição do ATP Next Gen, torneio que reúne os oito melhores jogadores sub-20 de cada ano, Fonseca terá seu grande teste no deserto californiano, já que a partir de agora passa a ser um jogador visado no circuito, em função de seu potencial, desempenho e previsões sobre seu futuro.
Em janeiro, no Australian Open, ele chamou a atenção depois de vencer o russo Andrey Rublev, na estreia em seu primeiro Grand Slam. Nem mesmo a derrota para o italiano Lorenzo Sonego diminuiu os elogios. Com um título no currículo e dentro do top-100, João agora terá a missão de confirmar toda a expectativa que recai sobre ele.
As chaves foram sorteadas na segunda-feira (3), e João Fonseca terá como primeiro adversário o britânico Jacob Fearnley, 81º do mundo. Eles já se enfrentaram na primeira semana deste ano, em Camberra, com vitória do brasileiro na campanha do título no challenger australiano.
Mudança de piso

Indian Wells está localizada pouco mais de uma hora de Los Angeles e o complexo tenístico é considerado um oásis, com luxuosos resorts que hospedam os atletas e todos os participantes do torneio, apontado por muitos como o quinto Grand Slam.
A quadra dura e o forte calor são desafios enfrentados para quem joga em Indian Wells, que neste ano terá um componente extra.
A organização do torneio mudou a superfície do piso, que deixará de ser lento, com um quique de bola muito alto graças às condições ambientais (deserto, ar quente, menos atrito da bola no ar) para um piso semelhante ao utilizado no US Open, onde a quadra é mais rápida, com menor quique e que responde mais rapidamente ao contato com a bola porque há menos atrito.
Histórico do Brasil

O torneio em Indian Wells foi realizado pela primeira vez em 1974 e foi vencido pelo australiano John Nwecombe. A chave era disputada por 32 jogadores. Atualmente são 96 os tenistas que entram na disputa pelo prêmio de US$ 1.201.125 (cerca de R$ 7 milhões).
Com cinco títulos cada, o sérvio Novak Djokovic e o suíço Roger Federer são os maiores vencedores da história. O espanhol Carlos Alcaraz é o atual bicampeão.
A participação brasileira em Indian Wells nos 50 anos anteriores se resume a 14 tenistas, e os melhores desempenhos foram atingidos por Gustavo Kuerten.
Guga jogou a competição em oito oportunidades, sendo vice-campeão em 2003, superando Roger Federer na segunda rodada e perdendo a decisão para o australiano Lleyton Hewitt. Em 1990, foi semifinalista, quando caiu para o espanhol Carlos Moyá.
Entre os demais brasileiros, o paulista Thomaz Bellucci, ex-número 21 do mundo, também participou de oito edições, e em 2012 parou nas oitavas de final, ao perder para Federer, de virada.
Thiago Wild
Na edição de 2025, além de João Fonseca, o Brasil também será representado pelo paranaense Thiago Wild, que em 2024 foi eliminado na terceira rodada, após surpreender o russo Karen Khachanov na fase anterior.
Atual número 91 da ATP, Wild irá estrear contra o francês Alexandre Muller, 44º do ranking e finalista do Rio Open, após eliminar João Fonseca na primeira rodada.
Os brasileiros na história de Indian Wells:
Gustavo Kuerten
- 8 participações
- Vice-campeão em 2003 e semifinalista em 1999
Thomaz Bellucci
- 8 participações
- Oitavas de final em 2012
Luiz Mattar
- 4 participações
- 2ª rodada em 1991 e 1993
Fernando Meligeni
- 3 participações
- 2ª rodada em 1999
Ricardo Mello
- 3 participações
- 2ª rodada em 2010 e 2011
Thiago Monteiro
- 3 participações
- 1ª rodada em 2017, 2021 e 2023
Cássio Motta
- 2 participações
- 2ª rodada em 1984
Carlos Alberto Kirmayr
- 2 participações
- 1ª rodada em 1979 e 1982
Thiago Wild
- 1 participação
- 3ª rodada em 2024
Thomaz Koch
- 1 participação
- 2ª rodada em 1975
Flávio Saretta
- 1 participação
- 2ª rodada em 2004
Jaime Oncins
- 1 participação
- 1ª rodada em 1993
Marcos Daniel
- 1 participação
- 1ª rodada em 2010
Thiago Alves
- 1 participação
- 1ª rodada em 2010