
Além de propagar a palavra de Deus, papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), surpreendeu o mundo ao longo de seu pontificado com revelações que mostraram sua faceta mais humana.
Uma das mais curiosas é seu amor pelo Club Atlético San Lorenzo de Almagro, uma das principais equipes de futebol de Buenos Aires.
Vínculo antigo
O vínculo do Papa com o San Lorenzo era tão antigo quanto afetuoso. A paixão pelo clube nasceu em 1946, quando, aos nove anos, começou a frequentar o Gasometro e ficou fascinado pela equipe que venceu o Campeonato Argentino.
Herdou a paixão do pai, Mario, um apaixonado pelo futebol, mas que jogava basquete pelo clube. Desde então, a fidelidade de Bergoglio ao clube nunca foi quebrada.
Pai morreu no estádio
Foi no velho estádio do San Lorenzo, aliás, que seu pai morreu em 1961, vítima de um fulminante ataque cardíaco.
Mesmo como líder da Igreja Católica, Francisco continuou pagando sua mensalidade de sócio, sob o número 88.235N-0, e levou com orgulho o nome do clube por cada canto do mundo.

"Efeito Francisco"
Ao longo dos anos, contudo, o Papa demonstrou que seu vínculo com o Ciclón é muito mais do que um simples fanatismo. Sua liderança religiosa também deu muita sorte ao clube.
Primeiro no título argentino de 2013, que levou o clube à Libertadores no ano seguinte. Torneio este também conquistado pelo clube de Boedo. E pela primeira vez na história 2014, o que ficou chamado de "Efeito Francisco".
San Lorenzo campeão
Até 2014, apenas o San Lorenzo entre os cinco grandes (Boca Juniors, River, Racing e Independiente são os outros quatro) não havia conquistado a principal continental.
Na época, afirmaram que ele não assistiu à decisão contra o Nacional, no Paraguai, porém foi dormir tranquilo e feliz após saber do resultado. Além disso, uma delegação de dirigentes do Cuervo viajou ao Vaticano para levar-lhe o tão desejado troféu.
O amor por San Lorenzo faz parte da minha vida, da minha história
PAPA FRANCISCO
Sobre sua relação com o clube

Amor pelo clube
No livro Esperança, sua autobiografia, Francisco relembrou momentos de sua infância em Buenos Aires, onde a multiculturalidade de seu bairro e as tardes no Gasometro moldaram seu amor pelo clube.
— O amor por San Lorenzo faz parte da minha vida, da minha história — disse ele mais de uma vez.
Sonho antigo
Em 1979, a ditadura argentina golpeou o San Lorenzo. Enfrentando uma crise financeira e sendo pressionado por militares, o Cuervo precisou vender o terreno do Gasometro e deixar o bairro, indo para Bajo Flores.
Porém, através da Lei de Restituição Histórica, em 2014, o clube conseguiu recuperar o terreno que estava na posse de um supermercado. Foi acertado um pagamento de 19,6 milhões de dólares, custeado pelos torcedores.
Ali, em breve, o San Lorenzo espera "volver a Boedo" e reconstruir o Viejo Gasometro. O novo nome, obviamente, será Papa Francisco, o mais ilustre cuervo.