Na atual temporada do futebol mundial, o brasileiro Raphinha não deixa a desejar em nenhum aspecto e vem sendo um dos destaques do Barcelona. O meio-campista se recuperou, após um início de trajetória ruim na equipe catalã, e se reinventou com a chegada do técnico Hansi Flick.
São 27 partidas disputadas na temporada, 19 gols marcados e nove assistências distribuídas. Ou seja, o brasileiro participa de pelo menos um gol por jogo no Barcelona. Para chegar nesse patamar decisivo em um time que precisava se reerguer depois de anos decepcionantes, Raphinha precisou se reinventar. Mais do que isso, ele foi obrigado, ou sua passagem pelo Barça terminaria de forma melancólica.
— O momento agora é totalmente diferente do qual ele chegou — explica o jornalista Paulo Calçade, da ESPN Brasil. — Ele sofreu na adaptação ao novo clube, teve dificuldade com o técnico Xavi e sucumbiu. Porém, a chegada de um novo treinador lhe deu confiança — complementa.
Foi justamente com o alemão Hansi Flick que Raphinha se reencontrou. Para isso, o brasileiro precisou abrir mão de atuar na sua posição de origem, como ponta pelo lado direito.
— Houve mudança na maneira de jogar e de aproveitar os espaços dentro de campo. O Hansi Flick deu mais liberdade para ele, e essa liberdade não é aleatória, ela é bem estruturada — conta Calçade.
Com Lamine Yamal, de apenas 17 anos, sendo titular absoluto no lado direito, o brasileiro foi utilizado pelo meio e pela esquerda. Porém, mais do que a posição, Raphinha se mostrou inteligente para aproveitar os espaços deixados pelas defesas adversárias.
— Ele não é o jogador do lado direito, porque há um monstro chamado Lamine Yamal por lá. Havia mais duas posições para ele jogar: o centro dessa linha de três, mas chegou o Dani Olmo e havia outras opções, e o lado esquerdo. Ele defende por esse lado, mas ataca sem limitações, deixando a ala para o lateral — explica o comentarista.
Foi assim que Raphinha conseguiu ser decisivo no clássico contra o Real Madrid, vencido pelo Barcelona por 5 a 2, com dois gols do brasileiro e uma assistência. Ou na goleada de 4 a 1 sobre o Bayern de Munique, na qual marcou três vezes.