O menino saído de São Gonçalo (RJ) chegou a um dos pontos mais altos de sua carreira. Protagonista, Vinicius Júnior já era. Mas nesta terça-feira (17), em uma discreta cerimônia em Doha, no Catar, tornou-se o melhor jogador do mundo na temporada 2023/2024, eleito pela Fifa, entidade máxima do futebol mundial.
Um prêmio que quebra uma sequência de 17 anos sem um brasileiro no topo dos melhores atletas de futebol — a última vez foi com Kaká em 2007.
A trajetória de Vini pode servir de inspiração para a Seleção Brasileira e mudar o patamar da equipe comandada (momentaneamente) por Dorival Júnior.
Desde a eleição de Kaká como melhor jogador do mundo, o Brasil viveu momentos de altos e baixos. Sem a "melhor geração", conquistou apenas uma Copa América (em 2019 com Tite).
— Voltar a ter um melhor do mundo talvez reabra o olho do brasileiro para algo que é óbvio: o problema nunca foi falta de talentos. Acho que o impacto também pode vir na base e no preço dos nossos ativos. Há uma valorização natural de toda a cadeia produtiva. Acho que a mudança é muito simbólica. E joga luz sobre uma geração de enorme potencial — explica Bruno Formiga, comentarista da TNT Sports.
Para Leonardo Oliveira, colunista de Zero Hora e comentarista da Rádio Gaúcha, a escolha de Vinicius Jr também pode aumentar o moral do time de Dorival.
— A mudança é mais no aspecto anímico do que prático. Termos o melhor do mundo vai mostrar aos brasileiros, sempre céticos com a Seleção, que a geração tem qualidade. Ela é diferente das anteriores, com as particularidades de uma safra que nasceu em outro ambiente do futebol, conectados, globalizados. Uma pena que ter o melhor do mundo não mexerá na estrutura mambembe do nosso futebol, com calendário excruciante, dirigentes amadores e desequilíbrio técnico.
A geração, agora liderada por Vini, mas com a companhia de Rodrygo, Neymar, Endrick e Estêvão, pode mudar o caminho do fracasso das últimas quatro edições de Copa do Mundo. De 2010 para cá, o Brasil só chegou em uma semifinal de Mundial, em casa, quando foi humilhado pela Alemanha por 7 a 1 no Mineirão.
— É um reconhecimento a nível internacional, principalmente pelo tempo que o Brasil não tem ninguém eleito para esse posto de melhor do mundo, seja na eleição da Fifa ou da France Futebol. É um reconhecimento importante, que fica marcado na história — acrescenta Rodrigo Coutinho, comentarista do SporTV.