Melhor jogadora de tênis da atualidade e sem adversárias que consigam acompanhar seu ritmo. Assim pode ser definida Iga Swiatek. Aos 22 anos, a tenista nascida em Varsóvia tem sido dominante no circuito feminino, especialmente nas quadras de saibro. Neste sábado (8), em Paris, ela derrotou a italiana Jasmine Paolini por 2 sets 0, parciais de 6/2 e 6/1, em 1h08min de partida, e conquistou o tetracampeonato de Roland Garros, sendo o seu terceiro título consecutivo no torneio.
Com o triunfo, a número 1 do ranking mundial da Women's Tennis Association (WTA) chegou a 21 vitórias consecutivas no Aberto da França e só é superada por três históricas jogadoras, a norte-americana Chris Evert, com 29 triunfos entre 1974-1981; a sérvia naturalizada americana Monica Seles, que venceu 25 jogos entre 1990 e 1996; e a belga Justine Henin, que ganhou 24 partidas de 2005 a 2010.
Os números atingidos por Iga são expressivos e a expectativa é que ela ocupe um lugar de destaque na história do esporte. Com o título deste sábado, a atleta entrou no seleto grupo de tenistas da Era Aberta que venceram o torneio parisiense por três anos seguidos — até então composto apenas por Seles e Henin.
Este foi o quinto título de Grand Slam da polonesa, que também triunfou no US Open de 2023. Seus desafios agora são vencer na grama de Wimbledon, onde tem como melhor resultado as quartas de final em 2023; conquistar a medalha de ouro olímpica em Paris e ganhar o título no Aberto da Austrália, torneio no qual seu melhor desempenho foi disputar a semifinal em 2022. Tarefas que perfeitamente podem ser atingidas para quem já soma 22 títulos na carreira.
Como foi a decisão
Quinta italiana na decisão de um Grand Slam, Jasmine Paolini buscava igualar Francesca Schiavone, campeã em Roland Garros em 2010, e Flavia Pennetta, que venceu o US Open de 2015. Mas a tenista de 28 anos, que vive a melhor temporada da carreira e ingressará no Top-10 da WTA na próxima segunda-feira (10), não foi páreo para o jogo agressivo de Swiatek.
No maior jogo de sua carreira, Paolini até teve um bom começo de partida na quadra Philippe-Chatrier e depois de confirmar o saque em 1-1, quebrou o saque da polonesa para liderar em 2-1. Mas foi só. A partir de então, com 10 winners (bolas vencedoras) e 63% dos pontos vencidos no primeiro saque contra 25% da italiana, Swiatek passou a impor seu ritmo e venceu cinco games seguidos, incluindo três quebras de serviço para marcar 6/2 e começar a encaminhar o título.
Sem deixar o ritmo cair, a número 1 do mundo abriu o segundo set confirmando o saque e logo depois quebrando a italiana mais vez. Sem dificuldades, ela sacou para abrir 3-0. E apesar de todo o esforço de Paolini, Swiatek não deu brechas e seguiu batendo uma bola atrás da outra. Assim, com um winner de devolução fez 4-0 em mais um break point seguido.
Impiedosa, a polonesa sacou para marcar 5-0 e vencer o décimo game consecutivo. Nesse momento, a partida tinha apenas 58 minutos de duração. Jasmine Paolini evitou o "pneu" ao confirmar o serviço em 1-5, mas nada que pudesse parar Iga Swiatek, que, como um rolo compressor, fechou em 6/1 e garantiu sua 19ª vitória seguida no ano.
Novos recordes na história do tênis
Ao triunfar em Roland Garros, a polonesa conquistou a "Tríplice Coroa do saibro", somando as vitórias nos torneios de Madri e Roma, marca que pertencia à norte-americana Serena Williams desde 2013. Agora, Iga Swiatek irá somar 107 semanas como líder do ranking mundial. Ela já e a nona jogadora da história que ocupou esta posição por mais tempo.
Com apenas um set perdido, para a japonesa Naomi Osaka, na segunda rodada, quando até match point precisou evitar, Iga se tornou a terceira jogadora com menos games perdidos a partir das oitavas de final a vencer um Grand Slam. São 11 nas últimas quatro partidas, igualando as norte-americanas Martina Navratilova (Us Open-1983) e Chris Evert (US Open-1976). A polonesa também igualou os feitos de Serena Williams (Australian Open-2003), Jennifer Capriati (Australian Open-2002) e Martina Navatilova (US Open-1986), que salvaram um match point durante o torneio, antes de vencer um Grand Slam.