Cuba anunciou, nesta quinta-feira (29), a eliminação da obrigatoriedade de repatriação exigida de seus atletas emigrados para participarem de competições na ilha, no momento em que o país enfrenta uma onda migratória que envolve astros e jovens talentos em várias modalidades.
"Concluídos os passos necessários, informamos que a repatriação não é mais uma exigência para que cubanos residentes no exterior participem dos eventos nacionais", disse o Instituto Cubano de Esportes (Inder) no Twitter.
Até agora, para participar dos eventos organizados pelas federações locais, os emigrantes cubanos eram obrigados a se repatriar, um passo que nem todos estavam dispostos a dar.
O anúncio da medida, uma reivindicação antiga de atletas e treinadores, surge em meio a uma grave crise econômica na ilha e que provocou uma onda migratória, principalmente de jovens.
"A medida faz parte dos esforços para aproveitar todo o talento formado pelo esporte revolucionário, tanto para brilhar nas competições nacionais quanto nos elencos das quatro 'gloriosas letras' (seleções nacionais)", afirma o jornal digital Jit, do Inder.
Quatro jogadores de futebol deixaram nesta terça-feira a seleção que disputa a Copa Ouro da Concacaf, nos Estados Unidos, elevando para mais de 30 o número de atletas cubanos que fugiram nos primeiros seis meses de 2023.
Esta prática, cujos casos mais notórios desde o início deste ano foram os campeões mundiais Yoenlis Feliciano Hernández (boxe) e Denia Caballero (disco), atingiu, nos últimos dois anos, mais de dez disciplinas esportivas, a maioria olímpica. Entre elas, estão boxe, atletismo, judô, remo, tiro e tênis de mesa.
Outros atletas optaram por emigrar legalmente, como o jogador de beisebol Yariel Rodríguez, primeiro arremessador de Cuba no V Clássico Mundial em março.
* AFP