Embora o depoimento de Rai Duarte tenha sido considerado esclarecedor, o inquérito que apura as agressões ao torcedor do Brasil-Pel está ainda distante de uma conclusão. Isso se deve ao fato de a Corregedoria-Geral da Brigada Militar, que investiga o caso, entender que ainda é necessário ouvir outras testemunhas. O prazo é de, no mínimo, mais 20 dias.
— O depoimento do Rai apontou novos elementos para o caso, por isso precisamos ouvir mais testemunhas e colher novos depoimentos de algumas pessoas que já foram interrogadas. Creio que precisamos de mais 20 dias para concluir — disse o Corregedor-geral da BM, Vladimir Rosa.
Em depoimento realizado em 14 de julho e em entrevista à GZH, Rai Duarte afirmou ter sido agredido por policiais em uma sala do Estádio Passo D'Areia. Na ocasião, em 1º de maio, ele foi detido junto de mais 11 torcedores do Brasil-Pel, que enfrentara o São José pela Série C do Brasileirão. Desde então, o funcionário público está internado no Hospital Cristo Redentor.
— Fui pego dentro do ônibus e levado para dentro do estádio. Fui espancado por cinco ou seis, e tinha um que comandava tudo. Eram policiais. Primeiro me levaram para dentro do estádio junto com os outros, que foram detidos pois estavam brigando. Eu não sei o motivo porque fui detido. Depois me levaram para dentro de uma salinha, que era um banheiro escuro. E me agrediram mais ainda pois eu falei que era colega — afirmou Rai Duarte.
A consequência das agressões foi um profundo corte no intestino. A causa, porém, segue sem ser esclarecida. Rai foi submetido a quatro cirurgias na unidade intensiva e uma nova já está prevista. Com ela, a alta é calculada para o final de agosto. Foram 47 dias na UTI, em estado de coma induzido, e os últimos no leito de enfermaria, para onde foi em 16 de junho.