No dia 1ºde maio, Marta Cardoso recebeu uma ligação do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Do outro lado da linha estava uma enfermeira, que relatava que o filho de Marta, Rai Duarte, estava hospitalizado após uma briga em um jogo de futebol e passaria por uma cirurgia, pois estava em estado grave. Naquele momento, Marta mobilizou a família para se deslocar até a Capital. Desde então, não deixou a cidade.
Rai Duarte, torcedor do Brasil-Pel, está na UTI há seis semanas com um ferimento no intestino por conta de pancadas no abdômen sofridas após o jogo diante do time pelotense contra o São José, no Estádio Francisco Novelletto, na Capital. Testemunhas acusam a Brigada Militar de ter praticado o ato de violência. A investigação da Corregedoria-Geral da BM ainda está em andamento e 11 policiais envolvidos no caso já foram afastados.
Com direito a visitar o filho duas vezes por dia, Marta é quem abastece a família com as novidades. Ela alugou um apartamento próximo ao hospital e há um mês e meio teve a rotina alterada.
— Do hospital para casa, da casa para para o hospital. Vejo ele duas vezes por dia, meia hora em cada visita — comenta.
Conforme a mãe, o filho apresentou um quadro de melhora na última quinta-feira (9). Não sente mais febre e a sedação foi retirada. O quadro ainda é grave, porém Rai Duarte já consegue abrir os olhos e aumenta a esperança da mãe.
— Graças a deus, meu filho está se recuperando. Consegue abrir os olhos e me ver, ver a irmã dele. Estou mais tranquila, parece que agora o meu coração voltou para o lugar — explica Marta Cardoso, destacando o relato dos médicos:
— Eles falam que é um processo bem lento porque atingiu o intestino. E eu digo para eles: “pode demorar quanto tempo for, a gente vai estar sempre do lado dele”.
Nos primeiros dias em Porto Alegre, Marta foi acompanhada por Clóvis Duarte, pai de Rai. Agora, quem está com ela é a outra filha, Savana Duarte. Na infância, ela também comparecia aos jogos do Brasil no Estádio Bento Freitas.
— Agora que a gente está conseguindo respirar, mas os primeiros dias foram complicados. É um pesadelo torturante. Agora, graças a Deus, ele só melhora — comentou a irmã de Rai, bastante emocionada.