Ídolo e atual diretor do São Paulo, Raí deu declarações fortes sobre a postura de Jair Bolsonaro durante a pandemia do coronavírus e sugeriu até a renúncia do presidente da República. O ex-jogador manteve ainda uma postura contrário ao retorno do futebol no Brasil nas próximas semanas.
— Ele está no limite, muitas vezes, da irresponsabilidade, quando vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Eu acho que isso me fez até questionar o presidencialismo. Estar sujeito a uma pessoa como essa, a um presidente como esse, que foi eleito democraticamente, mas que toma decisões que confundem completamente a população. Por causa dele, e aí o cálculo pode até ser feito, milhares de mortes a mais vão acontecer — afirmou Raí ao Globo Esporte, lembrando que Bolsonaro foi a público logo no início da crise para dizer que o país deveria "voltar à normalidade" e que a covid-19 se tratava de uma "gripezinha".
Neste momento, já são mais de 79 mil casos confirmados e mais de 5 mil mortos em função da doença. Ao ser questionado sobre a possibilidade de impeachment, Raí defendeu a renúncia de Bolsonaro.
— Se perder a governabilidade, eu torço e espero uma renúncia para evitar o processo de impeachment, que sempre é traumático. Porque o foco tem que ser a pandemia. (O impeachment) não é uma coisa que tem de se pensar agora, energia nenhuma pode ser gasta nisso, mas estiver prejudicando ainda mais essa crise gigantesca de saúde, sanitária, tem que ser considerado — emendou Raí.
O posicionamento sobre as atitudes de Bolsonaro é pessoal, mas Raí também manifestou a postura institucional do São Paulo de ir contra o retorno imediato do futebol. Nesta semana, o Presidente da República defendeu a volta gradual do futebol.
— É bom deixar claro e reforçar que a posição do São Paulo não é voltar rápido. É voltar ao seu tempo, com as orientações, e gradativamente, começando, obviamente, o treino sem uma data certa de quando o campeonato vai retornar — finalizou Raí.