A pedido das famílias de Jorge Eduardo e Rykelmo, duas das 10 vítimas fatais do incêndio no Ninho do Urubu, o volante Willian Arão vai prestar homenagem aos garotos no clássico desta quinta-feira (14), contra o Fluminense, válido pela semifinal da Taça Guanabara. O jogador vai usar o nome dos jovens às costas.
— Me sinto honrado e emocionado que, de algum modo, tive uma influência positiva na vida desses garotos. Mesmo sendo falho, cometendo erros, ele se viam em mim. Isso, para mim, é muito emocionante. Para mim, é muito forte. Não vou levar eles apenas nas minhas costas, vou levar para minha vida. Isso está marcado para sempre - disse.
Arão ressaltou que o elenco do Flamengo vem procurando se ajudar para conseguir seguir em frente e conquistar os resultados positivos nesta temporada.
— Não temos uma fórmula mágica, algo que possa fazer que vai fazer a gente esquecer em um estalar de dedos. Vamos superar a cada dia, honrando esses meninos, nosso trabalho, os sonhos. Não acredito que a dor vá sumir, mas, com o tempo, vamos tentando encontrar forças para seguir em frente. No dia a dia, a força do grupo... Abel (Braga) deu palavra para a gente no sábado e foi muito importante. É seguir e um se escorar no outro. Nos escorarmos para que possamos ajudar, um pegando forças com o outro — afirmou.
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Clássico após a tragédia
Vai ser difícil. Não é um jogo qualquer, só mais um jogo, só mais um clássico. Não é só mais um. Não tenho palavras para descrever como vai ser. É tentar acordar amanhã e dar mais um passo adiante. Sabemos que vão ter muitas homenagens, vão ser feitas coisas lindas e que também temos um jogo. Vamos honrar isso como sempre fizemos, honrando este manto, entrando no campo e dando o melhor. Vou carregar o nome de dois deles e carregar o sonho deles comigo, de estar em um Maracanã lotado, estar no profissional. Vou dar meu máximo, como sempre fiz, mas, agora, com algo a mais.
Foto com Jorge Eduardo
Essa foto foi em 2016, no primeiro ano em que estive aqui. O contato que temos diariamente com os garotos, com cada um deles... Você o brilho no olhar deles. Às vezes, eles ficam arrepiados só de estar podendo tirar uma foto, falar alguma coisa a gente. O fato de poder, mesmo com minha falhas, inspirar esses meninos, é muito forte. Com certeza, ele também foi um dos garotos que vi brilho no olhar, que eu sabia do sonho e agora, sabendo que era um ídolo, me sinto honrado.
Como superar?
Acho que a gente deve se ajudar como humanos. Talvez, esteja sentindo de uma forma e o outro de outra forma. Cada um tem um ponto de dor. É nos ajudarmos para que possamos dar esse passo. A dor não vai passar, mas nos escorando, vamos somando forças. É honrar os sonhos desses meninos dentro de campo, chegar aqui cada dia para trabalhar dando o nosso máximo.
O silêncio dos dirigentes
Essas pessoas são capacitadas para tomar as melhores decisões. Se não falaram ainda, acredito que tenham o motivo dele. Ou se preparando, não sei... Preparando para chegar com tudo.