Em grave crise e praticamente rebaixado à Série C do Brasileirão, o ABC corre o risco de não entrar em campo para enfrentar o Londrina, neste sábado, pela 32ª rodada da Série B. Os jogadores do clube do Rio Grande do Norte entraram em greve na segunda-feira devido ao atraso nos salários e realizaram uma assembleia nesta quarta (25) para negociar com o clube. Mas, pelo jeito, não houve solução.
O presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Rio Grande do Norte (Safern), Felipe Augusto Leite, falou ao Globoesporte.com após a reunião e disse que os jogadores não entrarão em campo no sábado. Segundo Leite, a direção do ABC havia prometido quitar parte dos salários atrasados, mas pagou os vencimentos apenas de alguns jogadores, que recebem valores menores.
– Não vai haver jogo, Nenhum dos atletas que estiveram aqui, inclusive aqueles que receberam um ou dois meses de salários para quebrar essa inadimplência, o que não quebra a inadimplência. A greve é coletiva, é uma categoria que está parada. Não adianta tentar solver alguns compromissos da categoria, alguns atletas, para desfazer este movimento.
De acordo com a reportagem, a proposta do ABC foi apresentada aos jogadores, com a promessa de saldar as dívidas. No entanto, os atletas receberam uma notificação do clube dos valores quitados e, ao conferir suas contas, perceberam que apenas "poucos atletas da base, que auferem salários ínfimos, tiveram crédito em suas contas", segundo a ata da reunião.
O presidente do sindicato dos atletas garantiu que a atitude da diretoria foi rechaçada pelos jogadores.
– Já estávamos prestes a apresentar a contraproposta. Mas, infelizmente, tudo desmoronou porque recebemos uma notificação do clube ameaçando os atletas, falando que eles estavam infringindo a CLT, isto é, praticando atos de improbidade, dando causa rescisão sem justa causa. Foi detectado que apenas alguns poucos atletas da base, algo em torno de 13 atletas, fizeram depósitos de alguns meses para, exatamente, quebrar o movimento. Essa atitude foi absolutamente rechaçada pela categoria, por toda a coletividade, pelos 38 atletas que estiveram aqui e a greve foi mantida. Lamento dizer, mas, com essa diretoria, não tem qualquer tipo de conversa e, muito menos, eu acho que vocês devem dar credibilidade – concluiu Leite.