Dorival Júnior falou com a imprensa por cerca de 40 minutos nesta sexta-feira, antes do treino que comanda sem a presença de jornalistas. Aprovou o encontro com torcedores realizado nesta semana, falou que busca equilíbrio e até sorte a partir do jogo deste domingo, contra o Vitória, em Salvador, e não mostrou qualquer preocupação com o risco de demissão no São Paulo.
- Fui contratado para desenvolver um trabalho, não me preocupo se agrado esse ou aquele, busco resultado. Se pessoas não veem o que está se passando, não me importo. Estou preocupado em fazer meu trabalho e querendo o melhor pelo clube. Farei o máximo. Fui contratado para me entregar de corpo e alma, como tenho feito, chegando 7h e saindo 21h, desenvolvendo meu melhor. Farei isso enquanto tiver confiança de todos que dirigem o São Paulo. Eles acompanham o dia a dia e veem o que está sendo feito. Agradar a todos você não vai conseguir em momento nenhum. Quero dar o melhor trabalho possível ao São Paulo e buscando os resultados muito mais do que esses pseudotorcedores.
Ao longo da entrevista, o técnico ressaltou que está no clube há só dois meses e que a maioria dos jogadores que ele vem utilizando não tem nem dez jogos neste ano pelo Tricolor. Ainda assim, avisou que há evolução, mesmo com a falta de resultados, já que o time ocupa a penúltima colocação do Brasileiro, com 24 pontos em 23 partidas, figurando na zona de rebaixamento em 11 rodadas.
- Está mudando, é perceptível. Só não vê quem não quer. Resultados não vêm acontecendo, mas há melhora. Mesmo com dificuldades, conseguimos viradas, vitória fora. O São Paulo ainda não alcançou equilíbrio, a grande maioria dos jogadores atuou no máximo dez partidas no clube. Não se faz uma equipe da noite para o dia, mas há evolução. A falta de resultados pontuais, contra Ponte Preta, Coritiba, poderia alavancar situação e fazer torcedor acreditar mais. Mas o São Paulo está bem próximo de viver um novo momento. Temos de trabalhar, oscilações são naturais e nossa margem de erro é menor a cada rodada.
Pesa contra Dorival a má campanha fora de casa, já que o São Paulo é o pior do Brasileiro nesse aspecto, com apenas cinco pontos somados longe do Morumbi. Mas o técnico, que conquistou quatro desses pontos (empatou com Avaí e venceu o Botafogo de virada), avisa que o que está faltando para melhores resultados como visitante é sorte.
- Alcançamos pontos importantes fora de casa. Estamos buscando opções, mudanças em conceito, formação, escalação. Preciso tentar estabilizar a equipe ao longo de 90 minutos. Em apenas um lance contra a Ponte, mudou o contexto da partida. Aquilo foi muito prejudicial. Temos que contar com fator sorte, que venha para o nosso lado. Pode estar muito próximo acontecer. Que venha para o nosso lado, estamos esperando - falou, sempre defendendo seu trabalho em busca de uma time equilibrado.
- É uma equipe que está sendo remontada, trabalho refeito dentro da competição. Se em alguns aspectos mostramos evolução, é natural que não sustentamos nos 90 minutos. Espero desenvolver condição diferente e que sintamos menos momentos da euforia do gol ou decepção do gol tomado. Isso tem causado desequilíbrio. Precisamos atuar com regularidade os 90 minutos, de tentar sustentar o que realizamos em boa parte dos jogos contra Ponte, Botafogo, Cruzeiro, Palmeiras. Tentar regularidade maior. Assim, vamos melhorar nossas condições para buscar um bom resultado. Tudo que evoluímos sempre é apagado se resultado final não acontece.