Raúl Balbo, que perdeu seu filho no último final de semana durante uma confusão no jogo entre Belgrano e Talleres pelo Campeonato Argentino, concedeu uma entrevista ao jornal Folha nesta quinta-feira. Ele revelou os contatos feitos pela federação de futebol local para dar auxílio à família, mas lamentou que nada venha sendo feito para evitar a violência dentro dos estádios do país.
No domingo, Emanuel Balbo, foi ao estádio Mário Kempes para assistir ao clássico entre Belgrano e Talleres. Ao ingressar na arquibancada, Balbo se deparou com um homem que foi acusado de envolvimento na morte de seu irmão, anos antes. Augustín Balbo foi atropelado por um carro que participava de um racha em Córdoba. De acordo com Raúl, o patriarca da família, os envolvidos ficaram presos por apenas um mês.
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Ao encontrar o homem apontado como um dos responsáveis pela morte de seu irmão, Emanuel foi tirar satisfações pelo ocorrido. Na hora, "Sapito", como é conhecido o rapaz, apontou a vítima como torcedor do Talleres. Na Argentina os clássicos ocorrem com torcidas únicas, sendo proibidos torcedores rivais nas arquibancadas dos mandantes.
A confusão logo se instaurou e outros torcedores do Belgrano apareceram para tirar satisfações com Emanuel Balbo que acabou sendo arremessado da arquibancada do Mario Kempes. No dia seguinte, ele teve sua morte cerebral confirmada pelo hospital de Córdoba.
Raúl Balbo afirmou à Folha que está assustado com tamanha violência na torcida de seu time:
- Algumas pessoas que participaram deste ato selvagem não têm antecedentes criminais, isso nos assusta. Como explicar? Como podem se comportar de uma forma daquela quando entram em um estádio de futebol?
Ao revelar o contato da AFA após o ocorrido, Balbo lamentou que nada tenha sido feito para prevenir mais um caso de morte nos estádios locais.
- Ninguém pode ajudar, ninguém pode devolver meu filho.
A Organização Não Governamental "Salvemos o Futebol" aponta que Emanuel foi a 318º vítima morta em estádios argentinos. As autoridades locais já prenderam seis homens e outras duas pessoas são procuradas. O Belgrano iniciou uma campanha pedindo que os envolvidos sejam punidos de forma rápida.