Nesta semana, Jackson Follmann deu um grande passo em sua recuperação desde o acidente com a Chapecoense: andou pela primeira vez com a prótese na perna direita. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira, o goleiro falou sobre a adaptação para voltar a caminhar.
– Eu preciso ganhar músculo na perna, ter de volta o equilíbrio, perder o medo de caminhar. A prótese é uma coisa nova pra mim, eu sinto ainda que é pesada e tenho que ter esta adaptação de dar os passos sem encostar no outro pé. Minha perna esquerda tem uma lesão muito grave que tem que curar, eu tenho uma haste de 26 cm no meu pé, fiz um enxerto porque perdi o osso talus. Então eu estou reaprendendo não só a usar a prótese, como com a andar com o pé esquerdo, por isso a recuperação é mais longa.
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O otimismo do jogador foi apontado como fator essencial para a evolução rápida do quadro de Follmann e chamou atenção desde os primeiros dias de recuperação. Com previsão inicial de internação de 3 a 4 meses, o jogador recebeu alta apenas 56 dias após a tragédia aérea na Colômbia.
- A gente caiu de um avião, uma tragédia muito grande, então esse é o motivo para estar com um sorriso no rosto, porque estou vivo. Claro que eu perdi vários irmãos e isso ainda me machuca. Eram pessoas com quem eu convivia no dia a dia, pessoas que eu amava. Mas, pensando em mim, eu sempre vou estar feliz, porque isso vai me ajudar no tratamento.
Questionado por David Coimbra sobre o futuro, Follmann garantiu que está focado apenas na recuperação e com paciência para evoluir e pensar no que virá pela frente. Porém o atleta da Chapecoense não descartou a possibilidade de virar um paratleta.
- Depois da recuperação vai ser um momento de aprendizado. No momento em que eu voltar para o esporte, eu preciso respeitar o meu corpo, ver o que eu vou poder fazer, o que não vai me trazer desconforto. Vou procurar conhecer várias modalidades do esporte e quem sabe estar em uma Paraolimpíada. Mas o espote com certeza eu não vou largar, porque eu amo o esporte.