Capitão de uma Seleção campeã mundial, autor de gol em final de Copa do Mundo, companheiro de alguns dos maiores craques da história. A carreira de Carlos Alberto Torres, morto nesta terça-feira aos 72 anos, foi grandiosa. Um dos maiores laterais-direitos da história do futebol, o Capita marcou época participando de conquistas e times inesquecíveis do esporte.
Campeão com o Santos
Revelado pelo Fluminense, Carlos Alberto Torres chegou ao Santos com 21 anos, em 1966. Mesmo jovem, não demorou a ganhar espaço em uma equipe lendária, que contava com craques como Pelé, Coutinho, Zito e Pepe. Defendeu o time da Vila Belmiro durante oito temporadas – com um período emprestado ao Botafogo, seu clube de coração – e conquistou diversos títulos: foi campeão paulista em 1965, 67, 68, 69 e 73, faturou o Rio-São Paulo de 1966 e o Robertão de 1968, em final disputada contra o Inter.
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Auge com a Seleção
Apesar do grande momento com o Santos, Carlos Alberto só disputou uma Copa do Mundo com a Seleção Brasileira. Foi o suficiente para entrar na história: comandando uma geração de craques que tinha Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Gerson e Clodoaldo, o Capita atuou nas seis partidas da campanha do tri mundial no México, em 1970. A consagração veio na final, contra a Itália: goleada por 4 a 1, um gol que encantou o mundo e é sinônimo de espetáculo até hoje, e a honra de erguer a Taça Jules Rimet para o Brasil, garantindo a posse do troféu de forma definitiva para o País.
Conquistas no Rio
De volta ao Fluminense em 1974, o Capita participou de um dos maiores times da história do tricolor carioca. Conquistou dois títulos cariocas com a "Máquina Tricolor", em 1975 e 76, e ajudou a equipe a chegar a duas semifinais de Brasileirão, nos mesmos anos.
Desbravador dos Estados Unidos
Assim como Pelé, Carlos Alberto decidiu rumar ao futebol dos Estados Unidos nos momentos finais da carreira. Em 1977, já com 33 anos, assinou com o New York Cosmos, clube do ex-companheiro de Santos e Seleção Brasileira. Ficou por três temporadas na equipe, jogando ao lado de craques como Franz Beckenbauer.
Título como técnico
Aposentado no final de 1982, o Capita começou a trabalhar como técnico no ano seguinte. E logo foi campeão: no comando do Flamengo, levou o rubro-negro ao seu terceiro título nacional, superando o Santos na final por 3 a 0, no Maracanã, no jogo com o maior público da história do Brasileirão, com 155.523 torcedores.
Comentarista na TV
Sem trabalhar como técnico desde 2005, após deixar o Paysandu, o Capita passou a atuar como comentarista. Participou durante anos do canal por assinatura SporTV e, em 2014, participou do programa "É campeão", ao lado de outros capitães de seleções campeãs do mundo, como Daniel Passarela (Argentina) e Fabio Cannavaro (Itália), falando sobre a Copa no Brasil.