Aos 27 anos, Roberson encontrou seu melhor futebol. Dos 24 gols marcados na carreira, fez 13 deles em apenas 26 jogos na atual temporada. Destaque do Juventude na campanha do vice do Gauchão, o atacante é a referência da equipe de Antonio Carlos Zago na briga pelo acesso à Série B e contra o Atlético-MG, nas quartas da Copa do Brasil. De um meia promissor da base do Grêmio, transformado em centroavante por Renato Portaluppi, rodou pelo Brasil e chegou à Argélia, antes de virar o Robgol para os torcedores do Ju.
Natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a história de Roberson começou no ex-Camburiense, hoje Camboriú. Em um amistoso contra o Grêmio em 2006, ele chamou a atenção dos gaúchos. Mas a chance no Olímpico surgiu apenas em 2010, com Renato.
Leia mais:
Sem Lucas e Felipe Lima, Juventude inicia viagem para o primeiro duelo contra o Atlético-MG
Time inteiro do Juventude visita o Santuário de Caravaggio para agradecer o bom momento
Juventude enfrenta o Atlético-MG nas quartas de final da Copa do Brasil
– Jogava como meia, mas o Renato me colocou mais como um atacante. Às vezes, até como centroavante. Agora sou um atacante de referência, mas com boa movimentação. O futebol de hoje pede isso – explica.
Sem espaço Roberson, foi emprestado ao Juventude, Sport, Avaí e Náutico. No melhor momento, com o Sport na Série B, uma lesão no joelho atrapalhou o andamento da carreira. Ao final do vínculo com o Grêmio em 2014, um ciclo de oito anos, o caminho natural foi retornar a Caxias do Sul. Disputou a Série C, sem muito destaque.
E então apareceu a oportunidade na Argélia, em 2015. Jogou no Mouloudia Club, clube da primeira divisão, da capital Argel. Era a chance de um salário maior, mesmo em um centro de pouco destaque.
Dos oito meses no Exterior, o salário de R$ 72 mil só foi depositado em cinco. Sem receber, pediu a rescisão do contrato para a Fifa.
– Lá não era bom, a comissão técnica que me levou caiu logo após minha chegada. Aí não joguei. Atrasaram três meses de salário, acionei a Fifa e vim embora. Teria contrato até junho.
Voltou então pela terceira vez ao Juventude e trabalhou com Antonio Carlos Zago. Na primeira competição de 2016, virou o substituto de Brenner. Com a venda do centroavante para o Inter, Roberson se tornou titular e ganhou sequência. Na campanha do vice, fez cinco gols em sete jogos. A boa fase permaneceu na Série C. Contra o São Paulo, no Morumbi, marcou os dois gols da vitória que encaminharam a classificação do Juventude às quartas de final da Copa do Brasil.
– Mérito do Zago, da direção. Montamos um grupo competitivo. Não é só os titulares, o grupo todo dá suporte para que o time cresça. O trabalho deles está sendo muito bem feito – garantiu.
Agora, elogiado no Jaconi, outros clubes mostraram interesse. Roberson alegou que cumpriria o contrato até o final, em 30 de novembro de 2016. Nem adianta oferecer mais do que os R$ 15 mil que recebe em Caxias. Quer conquistar o acesso à Série B. A boa fase inclui a mulher Bruna e o pequeno Gabriel, de três anos.
– Eu sempre acreditei no meu talento. Tive que lutar, sabia das minhas condições. E agora estou colhendo – conclui.
*ZHESPORTES
O ano de Robgol
Destaque do Juventude, Roberson comemora boas atuações: "Eu sempre acreditei no meu talento"
Atacante sul-mato-grossense marcou 13 gols na temporada até o momento
Marco Souza
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: