
Terminou nesta terça-feira, 14, a Segunda Era Dunga como técnico da Seleção Brasileira. E ao contrário da Segunda como jogador, que terminou com a taça mundial erguida no Rose Bowl, na Pasadena em 1994, esta de treinador terminou com demissão sem nenhum título conquistado. Por coincidência, também após uma competição em solo americano. A saída foi correta. Certo mesmo é que ela poderia ter sido evitada pela CBF que não deveria sequer ter contratado Dunga em julho de 2014, após o fracasso na Copa do Mundo do Brasil.
Valendo 3 pontos, a maionese desandou
Dunga sai com números razoáveis mas que escondem informações importantes. Na frieza do desempenho: 26 jogos em 1 ano e 11 meses de comando. Obteve 18 vitórias, 5 empates e apenas 3 derrotas. Aproveitamento de 75,6%. Mas em jogos valendo taça, a coisa complicou: 13 partidas com 5 vitórias, 5 empates e 3 derrotas (todas que ele teve). Aproveitamento despencou para 51,2%. Foi eliminado na fase de grupos e nas Quartas de Final em duas Copas América (2015 e 2016). E deixa o time apenas em 6.º lugar nas Eliminatórias para a Copa 2018. O que puxou para cima foram os amistosos. Dunga venceu todos os 13 que disputou: 100% na conta.
Nos primeiros quase 4 anos de técnico da seleção, entre 2006 e 2010, Dunga foi melhor. Mesmo que tenha caído nas Quartas da Copa do Mundo da África do Sul. Fez 60 jogos com 42 vitórias, 12 empates e apenas 6 derrotas. Aproveitamento de 76,6%. Foi campeão da Copa América 2007 e da Copa das Confederações em 2009. Além de classificar o Brasil para a Copa 2010 como 1.º nas Eliminatórias Sul-Americanas.
Diante da torcida, raras exibições
Um dos fatores que causou o distanciamento entre torcida e seleção nos últimos anos, foi a ausência do time canarinho em gramados brasileiros. Por força de contrato, a casa do Brasil passou a ser a Inglaterra. Muitos foram os amistosos por lá. Nesta passagem, Dunga fez apenas 5 jogos no Brasil (menos de 20% do total de jogos comandados por Dunga) - 2 amistosos e 3 competitivos. Venceu 4 e empatou 1. Lembra?
07/06/2015 - 2x0 México, na Arena Palmeiras - São Paulo. Gols de Phillipe Coutinho e Diego Tardelli.
10/06/2015 - 1x0 Honduras, no Estádio Beira-Rio - Porto Alegre. Gol de Roberto Firmino.
13/10/2015 - 3x1 Venezuela, na Arena Castelão - Fortaleza. Gols de Willian (2) e Ricardo Oliveira.
17/11/2015 - 3x0 Peru, na Arena Fonte Nova - Salvador. Gols de Douglas Costa, Renato Augusto e Filipe Luís.
25/03/2016 - 2x2 Uruguai, na Arena Pernambuco - São Lourenço da Mata/PE. Gols de Douglas Costa e R. Augusto.
Carlos Caetano Bledorn Verri sai de cena como 3.º técnico que mais dirigiu a Seleção Brasileira. Atrás apenas de Zagalo e Parreira. Sem nunca ter conquistado a simpatia de críticos e torcedores.