Quis o destino que o primeiro jogo do Barcelona após a morte de Johan Cruyff fosse justamente contra o Real Madrid. O holandês, que modificou o estilo do clube catalão, será o centro das homenagens bem no jogo que mais atrai olhares do planeta. Às 15h30min deste sábado, os dois mais tradicionais clubes da Espanha se encontram no Camp Nou, que, antes mesmo de a bola rolar, deverá emocionar: um mosaico com 90 mil cartolinas agradecerá ao ídolo por tudo o que fez em sua passagem pelo planeta.
– O que mais desejaria Cruyff é que ganhemos com um bom espetáculo – comentou o técnico do Barcelona, Luís Enrique, que foi treinado pelo holandês em seus tempos de meia.
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A partida é válida pela 31ª rodada do Campeonato Espanhol. E, por incrível que pareça, a disputa da Liga é o que menos importa no jogo. Isso porque, para efeitos de competição, vale quase nada.
Dez pontos à frente do Real Madrid - e nove do Atlético, o vice-líder -, o Barcelona apenas conta os dias para celebrar mais uma conquista nacional. A expectativa da torcida é para que o título chegue antes do fim de abril. Individualmente, Messi pode atingir o gol de número 500 na carreira.
O Real Madrid se agarra em outros aspectos. Será a estreia de Zidane em clássicos como técnico. Como jogador, saiu vencedor quatro vezes e marcou três gols. É, também, mais uma oportunidade para o trio BBC (Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo) vencer o rival pela primeira vez. E, ainda, buscar a revanche do 4 a 0 sofrido em casa no primeiro turno.
Só há um ponto em que Barcelona e Real Madrid se igualam. O jogo desta tarde vale a honra de ganhar do rival - "o maior momento da temporada", como definiu Luis Enrique, "vamos nos divertir de enfrentar grandes jogadores", comentou Zidane. E, claro, ganhar moral para o restante da temporada. Porque do interior gaúcho à capital espanhola, ganhar um clássico arruma a casa.
Confira depoimentos sobre o clássico:
Aloísio
"Foram dois anos no Barcelona e vários clássicos com o Real Madrid. O que lembro mais foi na temporada de 1989/90, precisávamos ganhar para não deixar eles dispararem. Foi uma partida no Camp Nou, lotado. Nosso time tinha Julio Salinas, Zubizarreta, era o começo do Michael Laudrup. No lado do Real, o ataque era Butragueño e Hugo Sánchez que foi goleador daquele campeonato. Teve uma preparação para o jogo, que a Espanha para e assiste. Ganhamos por 2 a 0 e conseguimos o nosso objetivo."
Sávio
"Joguei vários clássicos, tanto no Santiago Bernabéu quanto no Camp Nou. Mas tem um deles que é especial. Na temporada 1999/2000, nosso time tinha Raúl, Hierro, Roberto Carlos, Redondo. Empatamos em 2 a 2 na casa do Barcelona, que tinha Kluivert, Rivaldo, Figo, comandado por Louis van Gaal. Esse é um jogo que me marcou. Tive uma atuação muito boa, dei as duas assistências para os dois gols do Raúl. No segundo, ele fez sinal pedindo para os torcedores se calarem, e o gesto até hoje é lembrado."
*ZHESPORTES