O narrador esportivo Marcos Couto engrossou as estatísticas de vítimas da violência no Estado ao ser assaltado e agredido no caminho entre a Arena e a estação Anchieta do trensurb, após o jogo entre Grêmio x Brasil-Pel pelo Gauchão. Um arrastão o surpreendeu na Rua José Pedro Boéssio, a cerca de 200 metros da estação. Com o olho praticamente fechado e a boca inchada pelas agressões, terá de ficar sem trabalhar por uma semana.
Couto, que também trabalha para as rádios Bandeirantes e ABC, foi à Arena para fazer a transmissão para a Rádio Xavante. Por volta das 22h15min, deixou o estádio e tomou o caminho do trensurb. De um matagal próximo à rua, saíram cerca de seis pessoas que logo partiram para as agressões.
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– Foi tudo muito rápido, então não tenho certeza, mas acredito que levei um soco e uma coronhada. Depois, quando estava no chão, fui chutado nas costas – afirma.
O narrador relata que o grupo, armado, atacou várias pessoas que também transitavam no local. De Couto, roubou telefone celular, documentos e outros pertences. Por conta do incidente, a vítima levou três pontos abaixo do olho direito:
– Me sinto recuperado porque, do jeito que foi, eu vendo pistola e espingarda na minha frente, o fato que não houve nenhuma morte é um consolo.
Uma ocorrência foi registrada na delegacia de Dois Irmãos, onde mora a namorada de Couto. O comandante do 11º BPM, tenente-coronel Régis Rocha da Rosa, explica que, no horário em que o arrastão ocorreu, o policiamento no local já estava reduzido.
– O efetivo destacado para o jogo se mantém até meia hora após o fim da partida. Depois, à medida que os torcedores também já deixaram o local, há o recolhimento do efetivo – afirma.
Couto relata que ouviu de pessoas próximas ao local que esse tipo de crime acontece com frequência nas saídas de jogos.
– Nós temos uma incidência bem pequena naquela região. Mas há vários crimes que as pessoas deixam de registrar, por isso pode haver essa discrepância – explica o comandante do 11º BPM.
* ZH Esportes