Alejandro Domínguez, novo presidente da Conmebol, afirmou nesta segunda-feira em entrevista à Radio France International (RFI) que a entidade é vítima da corrupção, e não corrupta.
O paraguaio Domínguez, de 44 anos, foi eleito presidente da Conmebol em 26 de fevereiro. Os três presidentes anteriores da entidade estão presos ou respondendo a processo em liberdade condicional, envolvidos nos escândalos de corrupção no futebol mundial.
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– Tenho um desafio. É o jogo da minha vida. Não estava em meus planos ser candidato e presidente da Conmebol, mas dada a situação de não haver presidente e vice-presidentes, não ter secretário-geral e nem tesoureiro, o mais importante para voltar a dar uma vida institucional à Conmebol era convocar eleições. Tive que analisar o caso com minha família, porque não é uma situação agradável – admitiu Domínguez.
– Não estava em meus planos, não houve tempo eleitoral para preparar um plano de ação, um plano estratégico. Este cargo significa doar meu tempo, minha vida, meu espaço. É um custo alto, porque me dou conta que o trabalho vai ser muito importante e optei por ser parte da geração que tenta mudar, contribuir – continuou.
– É um trabalho que quero fazer em equipe. Não vou fazer sozinho e, como muitos pensavam como eu, assumi o compromisso. Agora resta provar isso com ações – explicou o novo presidente.
O dirigente paraguaio tem consciência de que as mudanças terão que ser significativas para mudar a imagem da Conmebol.
– Teremos que fazer medidas fortes, controles. A Conmebol não tem auditoria externa. Temos que fazer uma auditoria, uma investigação em relação ao passado e, em função do resultado, vamos panejar a recuperação. A Conmebol é vítima, não é uma entidade corrupta, é uma entidade que esteve sob controle de pessoas que priorizaram o particular sobre o institucional e agora temos que dar a volta por cima – lamentou.
– É preciso fazer algo que seja democrático, que seja horizontal e em relação à governança, é preciso fazer uma mudança interna, reestruturar, é preciso pensar nos tempos novos e modernizar a Conmebol, com um governo que seja feito de maneira executiva e profissional. É preciso começar a trabalhar e devolver à sociedade o que o futebol deu à Conmebol. É isso que precisa ser feito a partir de agora e só conseguiremos trabalhando em equipe – concluiu.
Por último, Domínguez confirmou que os dez integrantes da Conmebol irão apoiar o suíço Gianni Infantino, atual secretário-geral da Uefa, na eleição presidencial da Fifa, em 26 de fevereiro, em Zurique.
– O voto será individual, de cada país, mas decidimos que a Conmebol vai votar em bloco. Os dez votos irão para o senhor Infantino, basicamente porque a América do Sul se vê muito bem representada por suas ideias. Decidimos não apresentar candidato e que podíamos apoiar a candidatura de Infantino. Esperamos que, a partir do dia 26 de fevereiro, aconteça o melhor para o futebol e que possamos retomar o caminho certo – concluiu.
*AFP