A Praia da Ferrugem em Garopaba ferveu pelo calor de 35ºC que fritava a areia, mas também pela presença de Gabriel Medina, campeão mundial de surfe em 2014 e atual campeão da Tríplice Coroa Havaiana, que esteve presente para prestigiar a primeira etapa do Rip Curl Grom Search, campeonato que premia os melhores surfistas até 16 anos do brasil. Medina chegou às 14h na praia, pintou, autografou pranchas e parabenizou os jovens surfistas.
Irmã de Gabriel Medina é destaque em competição
Campeão ano passado, catarinense quer repetir feito em 2016
Assim como em 2015 quando esteve no local, Medina foi assediado e idolatrado. Mas dessa vez conseguiu dar mais atenção aos fãs, conversou e fez diversas selfies. Tudo durou pouco tempo. Às 15h o primeiro campeão mundial brasileiro estava em outra sessão de autógrafos na loja Sul Nativo, em Garopaba, e às 16h40min voltou para Florianópolis, onde festejou o casamento do amigo e atual melhor do mundo Adriano de Souza, o Mineirinho, na noite de sábado. Mineirinho se casou com a catarinense Patricia Eicke, na Alameda Casa Rosa, na ilha.
Mas Medina reservou um tempo para bater um papo com a reportagem e, em 10 minutos, falou sobre WCT, amizades e Santa Catarina. Confira.
O que significa para você estar aqui em Santa Catarina? O que você sente quando está em SC?
É sempre muito bom vir para cá. Já tivemos bons resultados em competições anteriores aqui. A energia daqui é muito gostosa, a vibe é muito gostosa, e é a vibe que eu costumo viver. A galera parece gostar muito mais de surfe aqui, é mais de praia mesmo. É legal vir, porque vou ver a molecada na praia, alguns fãs e também vou ao casamento do Mineiro.
Passa na tua cabeça em algum momento viver por aqui, assim como fizeram Mineirinho e Fabinho Gouveia?
Já pensei em Santa Catarina, no Rio de Janeiro. Mas a verdade é que fico pouco na minha casa, que é minha base em Maresias. Passo um tempinho e logo vou viajar. Mas quem sabe no futuro. Santa Catarina é um lugar tranquilo. Talvez um dia, quando eu for mais velho e tiver um família, possa ser um lugar bom para morar.
Agora são 10 brasileiros no WCT. Como é essa parceria, existe essa amizade mesmo entre vocês?
Sim, sim. Somos amigos fora da água com certeza. Mas na hora do surfe é claro que cada um tem seu objetivos, e o esporte é individual e muito competitivo. Se eu estivesse na água contra minha mãe ou irmão eu iria querer ganhar igual, então isso não muda. Mas os moleques são demais. É muito gostoso fazer parte desse momento do surfe.
Falando em família, você está mais calmo agora que está namorando, certo?
Sim, estou mais tranquilo, não é? Estou namorando agora e é outra vida. Quando se está solteiro você quer sempre ir para as festas, sair com os amigos. Agora vou também, mas sou mais seletivo e algumas vezes fico em casa mesmo descansando, que é muito bom. Acho que agora eu tenho surfado mais e também estou mais feliz.
Sobre o WCT, ano passado você teve um início de temporada mais complicado e um final muito bom. Como está a preparação esse ano?
O ano de 2015 foi um ano de aprendizado. Comecei mal e me recuperei muito bem. Mas foi um ano que aprendi muito. Perdi, ganhei, entendi, comecei a namorar, foi um ano com bastante coisa. Sinto que estou amadurecendo também e o que eu aprendi é a me superar e me dedicar mais. Em 2016 meu objetivo é bem claro, quero ser campeão e estou morrendo de vontade de chagar lá e representar bem o Brasil.
Mas é nesse amadurecimento que você confia para ter um resultado bom como em 2014?
Sim, também. As coisas nem sempre vão do jeito que queremos. Ano passado as pessoas perguntavam o que estava acontecendo. Perdi três etapas seguidas e falaram um monte. O brasileiro cobra muito, o que eu acho um pouco ingrato algumas vezes. Mas é do esporte, nem sempre se ganha, nem sempre se pode ser o melhor. Em 2016, vão cobrar o Mineiro. Eu vou continuar treinando e me preparar para a temporada.
Aquela situação dos tubarões no ano passado, você já passou por algo parecido?
Nada parecido, nunca bati em um tubarão. Uma vez na Austrália vi um, mas me falaram que era um tubarão que não atacava. Mas mesmo assim eu coloquei as pernas para cima da prancha e esperei. Mas faz parte do esporte. A gente sabe que existe, mas já bastam as ondas grandes para se concentrar.
Como é para você esse processo de se tornar ídolo?
É algo muito gratificante e de muita responsabilidade. A gente sabe quem é e precisa acreditar em nós e em Deus para seguir em frente. É uma honra servir de exemplo para o surfe e ver o esporte tão forte no país que era reconhecido pelo futebol.
E antes de uma onda grande, importante, decisiva. O que passa na tua cabeça?Nessa hora não passa nada. É muita concentração. É ansiedade na espera da onda para ela vir logo e mostrar o que você sabe.